ÀS VEZES QUEM PODE NÃO DEVE E QUEM DEVE NÃO PODE
Mas quem disse que a vida é justa?
Mas quem disse que a vida é justa?
Há cerca de 10 anos as cirurgias de mudança de sexo eram proibidas no Brasil. Quem quisesse se submeter ao procedimento era obrigado recorrer a clínicas clandestinas ou, mais freqüentemente, a médicos no exterior.
Hoje leio em manchete no jornal: Mudança de sexo já pode ser feita pelo SUS.
Os tempos mudam. Nada contra a revolução sexual, homossexuais, bissexuais, transexuais e afins. Sou a favor do casamento entre gays, lésbicas, a favor da adoção. Cada um na sua, sem preconceitos. Mas essa notícia me baqueou. Como assim usar o dinheiro público para este tipo de cirurgia?
Entendo que as pessoas que queiram mudar de sexo sofram de um transtorno de identidade de gênero. Provavelmente gostariam de ter o físico condizente com a cabeça, mas pera lá... A mudança de sexo é uma opção e não uma doença. O SUS não se pode dar ao luxo de gastar dinheiro em uma cirurgia não prioritária, em detrimento de outros tratamentos de saúde.
Onde ficam as crianças, velhinhos, os pobres que sofrem nas filas de hospitais públicos para um simples atendimento, um remédio, ou até para uma cirurgia grave? Sei de pessoas que esperam mais de ano para uma cirurgia de estômago, vesícula ou cisto no ovário e por aí vai. Sem contar pessoas que morrem em enfermarias ou até nas filas por falta de atendimento.
Daí vem essa notícia. Polêmica, contestável... Irrevogável?
Para não dizerem que sou preconceituosa, vamos analisar através de outro contexto. Então a questão é: a pessoa não se sente bem num corpo de homem, enquanto age como uma mulher -a cirurgia inicialmente favorece somente os homens. Pois bem, acho até a questão válida. Mas e aquela vizinha que tem um nariz de bruxa e se sente infeliz todos os dias ao se olhar no espelho? Para ela, aquele nariz também não lhe pertence. Num mundo ideal, o seu nariz deveria ser pequenino, bonito. E eis que a falta de dinheiro para uma plástica a torna uma pessoa triste. Veja bem, triste, mas não doente. E aquela outra moça da academia, magrinha, magrinha, que passa horas malhando, mas não há santo que faça aquele culote imenso e deformado sumir. Santo não daria jeito, já um Pitangui... E aquele homem, tadinho, que possui os seios mais protuberantes que o normal, e morre de vergonha de tirar a camisa, pois o que deveria ser um másculo peitoral, mais está para duas muxibinhas caídas, como peitinho de velha? Não, eles não estão doentes. Será que o SUS também poderia torná-los felizes? Felizes com um corpo mais condizente com a mente deles? Poderia, claro. Mas querer não é poder.
Daí meu questionamento.
Outra coisa que me intriga. Como seria feita a seleção? Quem teria mais direito a cirurgia? O mais afeminado? O casado? O enjeitado? Como diagnosticar ou mensurar algo que não é palpável. Pois doença não é. Disseram que será realizado um intenso tratamento com psicólogos e psiquiatras, com duração de cerca de dois anos para poder agendar a tal cirurgia. Afinal, não pode haver arrependimentos. Se vira mulher e se arrepende, faz como? Vira lésbica? Ih, que complicado.
HomossexualiDADE não é doença. (incialmente havia escrito homossexualismo, e fui corrigida. Sorry! Aqui está a emenda então - explicação abaixo) E a mudança de sexo também não. Aonde entra o papel do SUS nesta história eu ainda não entendi bem. Alguém me explica?
Onde ficam as crianças, velhinhos, os pobres que sofrem nas filas de hospitais públicos para um simples atendimento, um remédio, ou até para uma cirurgia grave? Sei de pessoas que esperam mais de ano para uma cirurgia de estômago, vesícula ou cisto no ovário e por aí vai. Sem contar pessoas que morrem em enfermarias ou até nas filas por falta de atendimento.
Daí vem essa notícia. Polêmica, contestável... Irrevogável?
Para não dizerem que sou preconceituosa, vamos analisar através de outro contexto. Então a questão é: a pessoa não se sente bem num corpo de homem, enquanto age como uma mulher -a cirurgia inicialmente favorece somente os homens. Pois bem, acho até a questão válida. Mas e aquela vizinha que tem um nariz de bruxa e se sente infeliz todos os dias ao se olhar no espelho? Para ela, aquele nariz também não lhe pertence. Num mundo ideal, o seu nariz deveria ser pequenino, bonito. E eis que a falta de dinheiro para uma plástica a torna uma pessoa triste. Veja bem, triste, mas não doente. E aquela outra moça da academia, magrinha, magrinha, que passa horas malhando, mas não há santo que faça aquele culote imenso e deformado sumir. Santo não daria jeito, já um Pitangui... E aquele homem, tadinho, que possui os seios mais protuberantes que o normal, e morre de vergonha de tirar a camisa, pois o que deveria ser um másculo peitoral, mais está para duas muxibinhas caídas, como peitinho de velha? Não, eles não estão doentes. Será que o SUS também poderia torná-los felizes? Felizes com um corpo mais condizente com a mente deles? Poderia, claro. Mas querer não é poder.
Daí meu questionamento.
Outra coisa que me intriga. Como seria feita a seleção? Quem teria mais direito a cirurgia? O mais afeminado? O casado? O enjeitado? Como diagnosticar ou mensurar algo que não é palpável. Pois doença não é. Disseram que será realizado um intenso tratamento com psicólogos e psiquiatras, com duração de cerca de dois anos para poder agendar a tal cirurgia. Afinal, não pode haver arrependimentos. Se vira mulher e se arrepende, faz como? Vira lésbica? Ih, que complicado.
HomossexualiDADE não é doença. (incialmente havia escrito homossexualismo, e fui corrigida. Sorry! Aqui está a emenda então - explicação abaixo) E a mudança de sexo também não. Aonde entra o papel do SUS nesta história eu ainda não entendi bem. Alguém me explica?
PS. Muita atenção ao falar sobre o assunto. Não use de jeito nenhum a palavra homossexualismo, porque vão te atirar pedras na rua! É errado! E se você usar este termo - que todos falavam há bem pouco tempo - você será TAXADO de preconceituoso, e daí pra pior!! Ismo é relacionado a patologias. É totalmente inaceitável, abominável! Fala-se homossexualiDADE, DADEEE. Este sufixo é super mega importante. Cuidado com as pedras!!
Foto: Angelo - Saint Peter's the Vatican, Rome - Italy
3 comentários:
Não poderei entrar no mérito da lei porque desconheço o texto. Mas tenho certeza que esta questão é bem mais problemática do que um nariz feio.
Não duvido que uma melhor aplicação das verbas, um rigoroso controle para não haver desvios e não teríamos velhinhos morrendo nas filas. E, provavelmente, nem seria difícil reparar nariz feio. Independente das operações de mudança de sexo.
A operação também é possível para mulheres (que se sentem homens) e os homens são muito mais discretos do que afeminados.
Ah, homossexualiDADE não é mesmo doença. Daí, os não preconceituosos já não escrevem mais homossexualismo.
Cláudio Luiz
Claudio, a cirurgia não será feita pra mulheres através do SUS. Leia-se ATRAVES do SUS.
Não tão cedo, pois o procedimento é bem mais dificil e eles ainda nao têm know how suficiente, ou talvez não queiram se arriscar. Realmente não sei a fundo o motivo, só sei que não farão.
Quanto a homossexualidade ou homossexualismo, me desculpe. Esse lance de tormar cuidado com o termo é discussão recente e realmente não acho que eu seja preconceituosa por falar homossexualismo. Isso você está dizendo, o que é uma grande bobagem, pq se me conhecesse não falaria isso. :(
É história recente resolverem explicar para a grande maioria que o ismo é um temo relacionado a patologia, o que seria incorreto usar para definir homossexual. E daí esse cuidado excessivo, pra nao falar o termo errado. Um termo que até bem pouco tempo até os homossexuais usavam sem problemas.
A problemática é bem maior do que esta. Realmente uma pessoa com um nariz deformado pode ser tão infeliz quanto um homem que queira ser mulher. Cada um com seu problema, sem minimizar o do outro. A dor de cada um, só a pessoa conhece. Daí tirar dinheiro do SUS para pagar procedimentos que não são prioritários, ainda acho absurdo. Com tanta gente morrendo por aí.
Com certeza que fez este tipo de lei nunca padeceu numa fila de hospital público.
O governo poderia fazer até a cirurgia do nariz? sim, poderia. Mas se não dá conta nem de doenças vitais, quem dirá se começar a tentar resolver problemas estéticos. Seria o caos instaurado!
Ah Claudio, mudarei o termo para homossexualidade. Mea culpa. E obrigada pelo toque.
Porque ouvir que sou preconceituosa, por escrever homossexuaLISMO é dose. Ninguém merece. Ainn. :)
E adoooro comentários. Seja contestando, criticando, reclamando, concordando, não importa. Tanto adoro, que os comentários entram sem mediação.
Por favor, escrevam!
Beijos
Ué ! Parou de escrever ? Não pode !!! Bj, Robert
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