Essa semana me entrevistaram para um documentário francês.
Desarrumada, sem maquiagem e com cara de cansada de uma longa jornada de trabalho, inicialmente me preocupei mais com minha imagem do que com o que eu iria dizer, acredito que o elemento surpresa faz com que o discurso seja mais sincero, e assim mais interessante. Mas mesmo sem dar uma guaribada no look, lá fui eu falar, claro. Aceitei sem pestanejar e de bom grado, afinal, adoro dar opinião sobre tudo. Tudo me interessa. Ou quase tudo...
O tema era a visão da mulher brasileira sobre alguns pontos. Para isso, estavam recolhendo depoimentos de pessoas de diversas idades, classes sociais, e de diferentes cidades.
Respondi prontamente. Hum, e logo depois me arrependi de não ter falado mais. Imaginei justificativas mais elaboradas, ou explicações mais convincentes do meu ponto de vista. Mas já era. E afinal, eu era apenas um fragmento de uma tentativa de dissecar a visão de um segmento da sociedade. Se é que é possível neste aspecto definir um padrão para que se possa generalizar.
Então me valho deste espaço para dividir com vocês as questões que ficaram em minha mente. Nada muito difícil ou polêmico: O que eu mais gosto do Brasil? O que eu menos gosto?
Digo, às vezes com certa vergonha, que adoooro os confortos do terceiro mundo. A pobreza propicia serviços que só uma sociedade com tamanha discrepância social pode oferecer.
No primeiro mundo, o rico, é rico mesmo. Um patamar que muito poucos atingem. Daí a divisão de tarefas em casa, menos serviçais, menos sub-empregos... esse papo de igualdade e uma sociedade melhor.
Tudo ótimo e lindo, mas na prática pergunto eu: e onde fica a minha manicure? Como posso ir ao salão com freqüência depilar, tingir o cabelo e etc? Quem vai fazer faxina na minha casa? Lavar a roupa? E o serviço de valet? Teria eu mesma que lavar o carro? A primeira vista posso parecer uma pessoa fútil, mas cá pra nós... aqui no Brasil estamos acostumados a “viver bem”. São as regalias provenientes de um país subdesenvolvido.
E então a segunda pergunta me pegou de surpresa ao perceber que a resposta era exatamente a mesma. E o que eu menos gosto? A pobreza, claro.
Me incomoda sair na rua e a cada esquina ter gente pedindo esmola, me incomoda ver as condições de moradia em favelas, me incomoda ver as pessoas se submeterem aos agouros da saúde pública, me incomoda ver muitos com tão pouco para sobreviver.
Desarrumada, sem maquiagem e com cara de cansada de uma longa jornada de trabalho, inicialmente me preocupei mais com minha imagem do que com o que eu iria dizer, acredito que o elemento surpresa faz com que o discurso seja mais sincero, e assim mais interessante. Mas mesmo sem dar uma guaribada no look, lá fui eu falar, claro. Aceitei sem pestanejar e de bom grado, afinal, adoro dar opinião sobre tudo. Tudo me interessa. Ou quase tudo...
O tema era a visão da mulher brasileira sobre alguns pontos. Para isso, estavam recolhendo depoimentos de pessoas de diversas idades, classes sociais, e de diferentes cidades.
Respondi prontamente. Hum, e logo depois me arrependi de não ter falado mais. Imaginei justificativas mais elaboradas, ou explicações mais convincentes do meu ponto de vista. Mas já era. E afinal, eu era apenas um fragmento de uma tentativa de dissecar a visão de um segmento da sociedade. Se é que é possível neste aspecto definir um padrão para que se possa generalizar.
Então me valho deste espaço para dividir com vocês as questões que ficaram em minha mente. Nada muito difícil ou polêmico: O que eu mais gosto do Brasil? O que eu menos gosto?
Digo, às vezes com certa vergonha, que adoooro os confortos do terceiro mundo. A pobreza propicia serviços que só uma sociedade com tamanha discrepância social pode oferecer.
No primeiro mundo, o rico, é rico mesmo. Um patamar que muito poucos atingem. Daí a divisão de tarefas em casa, menos serviçais, menos sub-empregos... esse papo de igualdade e uma sociedade melhor.
Tudo ótimo e lindo, mas na prática pergunto eu: e onde fica a minha manicure? Como posso ir ao salão com freqüência depilar, tingir o cabelo e etc? Quem vai fazer faxina na minha casa? Lavar a roupa? E o serviço de valet? Teria eu mesma que lavar o carro? A primeira vista posso parecer uma pessoa fútil, mas cá pra nós... aqui no Brasil estamos acostumados a “viver bem”. São as regalias provenientes de um país subdesenvolvido.
E então a segunda pergunta me pegou de surpresa ao perceber que a resposta era exatamente a mesma. E o que eu menos gosto? A pobreza, claro.
Me incomoda sair na rua e a cada esquina ter gente pedindo esmola, me incomoda ver as condições de moradia em favelas, me incomoda ver as pessoas se submeterem aos agouros da saúde pública, me incomoda ver muitos com tão pouco para sobreviver.
É o outro lado da moeda. Todo ponto tem seu contraponto. E para uns ganharem, alguém tem que perder.
O conflito de interesses me deixa confusa. Como a pobreza pode me deixar tão triste e me proporcionar tanto bem estar ao mesmo tempo?
PS. A outra pergunta foi sobre religião... como minha opinão pode ser um pouco controversa, prefiro entrar neste assunto em outra oportunidade.
Nenhum comentário:
Postar um comentário