sexta-feira, 29 de agosto de 2008

- CONSELHO É BOM, E EU GOSTO


O velho ditado diz, se conselho fosse bom, seria grátis.

Será verdade? Eu não penso assim. Acho que quem disse isso ou é cabeça dura e despeitado porque não seguiu um bom conselho, ou simplesmente pediu conselho para pessoa errada.

Aliás, acho que aí está o principal ponto. Não o conselho em si, mas sim o conselheiro.

Porque de que adianta pedir opinião sobre questões financeiras para aquela sua amiga que não sabe nem quanto gasta com a conta do celular?

Ou conversar com a mãe sobre um carinha que te adora, que é presente, tudo de bom, mas não namora de jeito nenhum? A mãe acompanha esses tempos modernos? Porque na época dela nem existia o tal ficar. E, sinceramente, às vezes nem eu consigo entender esses casos complicados.

Vou perguntar se minha roupa está boa para aquela pessoa cafoninha?

Vou me aconselhar se dou nova chance ao tal cara que vacilou, justo com aquela amiga que leva fora atrás de fora ou com aquela que só tem encontrado homens canalhas ultimamente e está quase vestindo uma bata de freira?

Senão, pior, vou decidir se compro um apartamento ou se monto um negócio baseada na opinião de uma pessoa dura, que não consegue economizar um tostão ou na opinião de uma pessoa sem ambição? Acho que não.

Então o prisma do conselheiro é o fundamental desde que se faça uma prévia avaliação da personalidade e do momento de cada um. Os amigos têm que ser classificados. Há assuntos que se pode ter um apanhado geral, sem que nada influencie muito no contexto. Aí até uma enquete no meio da rua é válida. Mas já para a maioria dos casos, vale uma triagem.

Às vezes o conselho pode ser totalmente absorvido, por total ignorância do assunto. Tipo: quero comprar um mini notebook apenas para acessar Internet e monitorar as câmeras no trabalho. O modelo tal é bom? Não sei. Não entendo. Vou perguntar para a pessoa que faz a manutenção dos meus computadores, ele com certeza sabe melhor que eu.

Há também aqueles conselhos são hiper válidos, quando nossa visão está alterada, seja por raiva, amor, ou bebedeira. O problema é conseguir ouvir. É a tal cegueira momentânea. Aí vale escutar quando estamos nos sentido lindas, dançando felizes, conversando alto, socializando, e bêbadas, sem perceber que está tudo mais do que exagerado. Neste momento, se uma amiga chega e fala “hei, segura a onda!”. Vou ignorar? Dependendo da quantidade de álcool na cabeça sim. Erradamente. Mas se ainda tiver raciocinando, ops, vou pegar leve... Devo estar pagando mico mesmo.

Então eu peço conselhos sem pudor. Adoro. Mesmo que eu não peça, pode falar. Eu escuto. Acho importante a visão de outros ângulos. Mesmo que eu já tenha minha opinião formada, às vezes pergunto só para garantir. Só por perguntar.

E os conselhos são bons desde que a pessoa ouça o que lhe é dito, aproveite a experiência de quem fala, e reflita para a partir de então formar sua própria opinião. A resposta para questão em pauta deve ser sempre ponderada e baseada na própria personalidade.

Pense duas vezes antes de agir em relação a assuntos importantes. E peça conselhos. Quem avisa amigo é... ou não. Saiba discernir!

“Muitos recebem conselhos, só os sábios os aproveitam.” Publilius Syrus

* Publilius Syrus (85 a.C. - 43 a.C.), escritor latino da Roma antiga. Nativo da Síria, foi feito escravo e enviado para a Itália, mas por sua sagacidade e talento conquistou liberdade e ganhou educação de seu mestre. Tudo o que resta de suas obras é uma coleção de frases e versos. São mais de 700.

quinta-feira, 28 de agosto de 2008

- TRAUMAS DE UMA INFÂNCIA FELIZ


Hoje acordei nostálgica, e resolvi dividir meus agouros do passado. Tive uma infância feliz, com tudo que precisava e ainda mais, mas quem não tem traumas? Sempre que conto meus traumas de infância minha mãe morre de rir. Ao invés de pensar: “ah, coitadinha da minha filha”... Nada, ela se esbalda. Vá lá, também não é nada sério. Nada sério hoje, né?! Já na época...

Dentre os que eu me lembro, um deles começou a partir de um filme do lobisomem que assisti furtivamente espiando a TV no quarto dos meus pais. Eu era bem pequena, e para meu azar a partir de então descer na cozinha a noite para beber um copo de água passou a ser um suplício. O lobisomem estava sempre lá, me esperando, claro. Junto com o diabo que aparecia no meio da escada, onde se abria um degrau mostrando um monte de fogo lá no fundo, e a múmia, que ficava na saletinha do canto e vinha correndo atrás de mim quando eu chegava no térreo. O lobisomem, tadinho, era o mais inofensivo, no final das contas, pois só fazia uma sombra na porta de entrada da casa. Daí lá ia eu, descendo a escada a toda, pulando o degrau do diabo e correndo de volta pra múmia não me alcançar. Uma verdadeira maratona.

E a música da Pantera cor-de-rosa? Isso também ainda bem novinha. Eu tinha pavor. Tanã tanã tanã... Pronto, eu saía correndo e me trancava no quarto. Tinha a impressão que alguém vinha me pegar, não lembro bem o que se passava na minha cabeça. E meus irmãos, muitos legais e simpáticos na época, só esperavam meus pais saírem para colocar o LP da pantera na vitrolinha. Tortura total pra mim e diversão certa pra eles!

Outra que meus pais me aprontaram foi num Natal. Era propaganda da Caloi toda hora na TV. Não esqueça a minha Caloi. E bilhetinhos em todos os cantos da casa. E então chegou a noite feliz: à meia-noite descemos já de olho na árvore, e lá estavam as bicicletas. Três. Duas maiores para os meus irmãos, e uma menorzinha para mim. Abrimos os embrulhos felizes, já querendo pedalar, quando eu ouço um berro da minha irmã: “Minha bicicleeeeeta!” Apontando pra minha novinha, azulzinha. É. Era a velha bicicleta dela mesmo, que meus pais reformaram, pintaram, até colaram novos adesivos e me deram como nova. Que maldade!

Já um pouco mais velha, na escola, o que me apavorava era a festa junina. Não que eu não gostasse, era bacana. Mas todos os alunos tinham que levar um doce, ou salgado, algo para a festinha. Minha mãe, nada prendada, mandava todo santo ano um saco enorme de pipoca. Eu reclamava, queria levar algo bonito, gostoso. “Leva pipoca, minha filha. Todo mundo adora.” E eu, morta de vergonha, ano após ano, com aquele sacão de pipoca embaixo do braço, frente aos bolos de fubá, aipim, pé de moleque, canjica... ai, que vergonha.

Daí tinha a roupa. Tinha que ir caracterizada. Como eu tinha irmãos mais velhos, minha mãe cismou que eu tinha que ser descolada. Pra que comprar vestido? Vai de calça jeans e camisa quadriculada, sua irmã vai assim, fulana, beltrana – só que todas tinham uns três anos a mais que eu, e já nem ligavam pra isso. Mas eu não. “Mãe, tem que ir de vestido! De calça é homem!”, mas aos 7 anos, quem te ouve? Os pais fazem o que bem entendem. E lá ia eu vestida de HOMEM!

Depois veio a fase de brincadeiras na rua. Pique-bandeira, pique-pega, pique-alto... adorava! Já o pique-esconde... um sofrimento! Toda vez que me escondia surgia uma súbita vontade de fazer xixi, eu ficava lá me contorcendo até finalmente me deixar ser encontrada rápido. A vontade era maior. Até hoje não entendo essa relação do pique-esconde com vontade de fazer xixi. Sinistro. Também nunca mais brinquei pra ver se a vontade persiste.

De volta a escola. Sempre me dei bem com todos, era comunicativa, metidinha, descolada e tal. Sem problemas. Mas tinham umas seis Danis na minha sala, Daniela, Danielle, Danyela... Então sobrepunham os sobrenomes. O meu: Uzeda. Um prato cheio, né? Azeda pra cá e pra lá. Eu morria de raiva. Aí, um belo dia resolvi acabar com o problema e usar meu nome do meio: Pinheiro. O que hoje em dia eu acho horrível, mas fui Pinheiro por muito tempo. Tinha até uma musiquinha pra mim, do Ultraje a Rigor: Dinheeeiro. Dinheeeiro. Lembram? Minha música da época do ginásio: Pinheeeeiro, Pinheeeiro. Feiooo.

Os anos foram passando, a adolescência chegando, juventude, a idade...e os traumas deixados para trás. Hoje adoro meu sobrenome, festa junina, filmes de terror. Sem maiores frustrações nem seqüelas. O único trauma que prevaleceu foi detestar pés. Quando eu brigava com meu irmão ele vinha esfregar aquele pé enorme e feio na minha cara, às vezes só de pura implicância. O segundo dedo dele, ao lado do dedão, parecia o dedo do ET. Era comprido e todo torto. Só faltava falar E.T. phone home. Nojento. Mas aí, quem também não ficaria traumatizado? Eca!


* Foto minha com 5 anos. Não tenho foto melhor, porque minha mãe sempre me diz: “Nesta época a moda era slide. Por isso você não tem álbuns com fotos de neném, nem criança, só slides”. Tá bom! Falar o que? Minha irmã tinha álbum, meu irmão também. Mas tudo bem, junto o fato a minha coleção de frustrações. Hehehe.

terça-feira, 19 de agosto de 2008

- QUERER NÃO É PODER


ÀS VEZES QUEM PODE NÃO DEVE E QUEM DEVE NÃO PODE
Mas quem disse que a vida é justa?


Há cerca de 10 anos as cirurgias de mudança de sexo eram proibidas no Brasil. Quem quisesse se submeter ao procedimento era obrigado recorrer a clínicas clandestinas ou, mais freqüentemente, a médicos no exterior.

Hoje leio em manchete no jornal: Mudança de sexo já pode ser feita pelo SUS.

Os tempos mudam. Nada contra a revolução sexual, homossexuais, bissexuais, transexuais e afins. Sou a favor do casamento entre gays, lésbicas, a favor da adoção. Cada um na sua, sem preconceitos. Mas essa notícia me baqueou. Como assim usar o dinheiro público para este tipo de cirurgia?
Entendo que as pessoas que queiram mudar de sexo sofram de um transtorno de identidade de gênero. Provavelmente gostariam de ter o físico condizente com a cabeça, mas pera lá... A mudança de sexo é uma opção e não uma doença. O SUS não se pode dar ao luxo de gastar dinheiro em uma cirurgia não prioritária, em detrimento de outros tratamentos de saúde.

Onde ficam as crianças, velhinhos, os pobres que sofrem nas filas de hospitais públicos para um simples atendimento, um remédio, ou até para uma cirurgia grave? Sei de pessoas que esperam mais de ano para uma cirurgia de estômago, vesícula ou cisto no ovário e por aí vai. Sem contar pessoas que morrem em enfermarias ou até nas filas por falta de atendimento.

Daí vem essa notícia. Polêmica, contestável... Irrevogável?

Para não dizerem que sou preconceituosa, vamos analisar através de outro contexto. Então a questão é: a pessoa não se sente bem num corpo de homem, enquanto age como uma mulher -a cirurgia inicialmente favorece somente os homens. Pois bem, acho até a questão válida. Mas e aquela vizinha que tem um nariz de bruxa e se sente infeliz todos os dias ao se olhar no espelho? Para ela, aquele nariz também não lhe pertence. Num mundo ideal, o seu nariz deveria ser pequenino, bonito. E eis que a falta de dinheiro para uma plástica a torna uma pessoa triste. Veja bem, triste, mas não doente. E aquela outra moça da academia, magrinha, magrinha, que passa horas malhando, mas não há santo que faça aquele culote imenso e deformado sumir. Santo não daria jeito, já um Pitangui... E aquele homem, tadinho, que possui os seios mais protuberantes que o normal, e morre de vergonha de tirar a camisa, pois o que deveria ser um másculo peitoral, mais está para duas muxibinhas caídas, como peitinho de velha? Não, eles não estão doentes. Será que o SUS também poderia torná-los felizes? Felizes com um corpo mais condizente com a mente deles? Poderia, claro. Mas querer não é poder.

Daí meu questionamento.

Outra coisa que me intriga. Como seria feita a seleção? Quem teria mais direito a cirurgia? O mais afeminado? O casado? O enjeitado? Como diagnosticar ou mensurar algo que não é palpável. Pois doença não é. Disseram que será realizado um intenso tratamento com psicólogos e psiquiatras, com duração de cerca de dois anos para poder agendar a tal cirurgia. Afinal, não pode haver arrependimentos. Se vira mulher e se arrepende, faz como? Vira lésbica? Ih, que complicado.

HomossexualiDADE não é doença. (incialmente havia escrito homossexualismo, e fui corrigida. Sorry! Aqui está a emenda então - explicação abaixo) E a mudança de sexo também não. Aonde entra o papel do SUS nesta história eu ainda não entendi bem. Alguém me explica?
PS. Muita atenção ao falar sobre o assunto. Não use de jeito nenhum a palavra homossexualismo, porque vão te atirar pedras na rua! É errado! E se você usar este termo - que todos falavam há bem pouco tempo - você será TAXADO de preconceituoso, e daí pra pior!! Ismo é relacionado a patologias. É totalmente inaceitável, abominável! Fala-se homossexualiDADE, DADEEE. Este sufixo é super mega importante. Cuidado com as pedras!!
Foto: Angelo - Saint Peter's the Vatican, Rome - Italy

sábado, 16 de agosto de 2008

- A SOBRANCELHA DO GALVÃO

VAI FALAR ERRADO ASSIM LÁ NA CHINA II
- A saga continua -

Existem pessoas que são unanimidade. CHATOS em consenso geral.

Vocês conhecem alguém que goste do Faustão? Ôrra meu, acho que nem me virando nos 30 eu consigo. Tarefa pra jó.

E o Galvão Bueno? Ahhh, o Galvão é aquele chato que infelizmente nos é enfiado goela abaixo. Naquela corrida de Fórmula I, ou naquela mega importante final de futebol, lá está ele: efusivo, superlativo, cansativo. Além de explanar sua parcialidade, engolir com seu ego todo e qualquer convidado ou comentarista ao seu lado, e gritar os Rs num exagero mais que desagradável, confesso que a simples presença dele já me irrita.

Eis que uma noite, feliz e contente assistindo vôlei masculino Brasil X Russia - apesar da tortura galvonesca no meu ouvido, escuto a seguinte frase: Bernardinho vai arrancar as soMbrancelhas...! Espera aí... ouvi certo? Sim, sombrancelhas, repete o Galvão. Sombrancelhas, Sombrancelhas, Sombrancelhas... CINCO VEZES! Na hora, meu primeiro impulso foi pegar uma pinça e arrancar meus cabelos um a um, só de raiva! Depois, mais calma, pensei... Como assim??

Me desculpe, mas esse tipo de erro é inaceitável e imperdoável. Um comunicador do porte dele, na maior emissora do país, ganhando o salário que ganha, e sendo ouvido por milhões de brasileiros simplesmente não pode errar. Pior, errar e não corrigir. Cadê alguém pra corrigí-lo neste momento? Alguém? Ninguém? Professor Pasquale? Mamãããe?

Não foi erro de digitação, falha na dicção, ou cera nos nossos ouvidos - ele não sabe que sobrancelha é sem M. Minha indignação custou meu o sono. E o Brasil ainda perdeu!

Sou chata sim, no que diz respeito à gramática portuguesa. As pessoas não lêem mais, não se interessam. Falam e escrevem errado sem pudor. A Internet, então, é o paraíso dos burros. Qualquer um se vê no direito de escrever não importa o que. É um espaço aberto, democrático, onde não há censura, e infelizmente não existe nenhum santo copydesk para dar uma conferidinha nos textos antes de serem publicados. Desastre total.

Como as pessoas falam errado! É um tal de pra mim fazer, fotinha, quizer, asteristico, ele é DE menor, iorgute, largatixa, táuba. Até furunfu eu já tive o desprazer de ouvir.
Agora está até na telinha da GRobo. Ain. Vou parafrasear nosso “querido” locutor: Haja coração, Galvão!!!

Ps: Sou a favor de aprender uma palavra nova por dia... Hum, sem exageros, pra não ser chata, vá lá. Uma por semana? Uma por mês? Que seja. Leiam: seja um livro, o jornal, um blog (como o meu, hehe). A leitura é o alicerce para o bom conhecimento da língua portuguesa. "É drrrrrramática a situação".

terça-feira, 12 de agosto de 2008

- VAI FALAR ERRADO ASSIM LÁ NA CHINA!


Com a abertura do Jogos Olímpicos de Pequim, achei apropriado um tema sobre a China. Pensei muito sobre o que escrever. O que falar do país mais populoso do mundo, e com maior índice de crescimento econômico registrado nos últimos anos? Falar da política repressora? Da pena de morte vigente? Ou do trabalho escravo e infantil?
Nada. Resolvi postar este quadro que achei na revista Super Interessante.
Divirtam-se!
Para quem não conseguiu decifrar as pérolas, aqui vão algumas:
- Cuidado com o Cuidado. (cuidado!!!!)
- Banheiro para deformados. (Banheiro para deficientes) - haha, essa é a que eu mais gostei!
- Escorregue com cuidado. (escorregadio)
- Velho. (reservado para idosos)
As outras foram indecifráveis pra mim!! Spread to FUCK the fruit?? Vai lá. Boa sorte então!
PS. Na China não.. no Japão! HiHiHi. (lembra?)

- TER OU NÃO TER


Essa semana me entrevistaram para um documentário francês.

Desarrumada, sem maquiagem e com cara de cansada de uma longa jornada de trabalho, inicialmente me preocupei mais com minha imagem do que com o que eu iria dizer, acredito que o elemento surpresa faz com que o discurso seja mais sincero, e assim mais interessante. Mas mesmo sem dar uma guaribada no look, lá fui eu falar, claro. Aceitei sem pestanejar e de bom grado, afinal, adoro dar opinião sobre tudo. Tudo me interessa. Ou quase tudo...

O tema era a visão da mulher brasileira sobre alguns pontos. Para isso, estavam recolhendo depoimentos de pessoas de diversas idades, classes sociais, e de diferentes cidades.

Respondi prontamente. Hum, e logo depois me arrependi de não ter falado mais. Imaginei justificativas mais elaboradas, ou explicações mais convincentes do meu ponto de vista. Mas já era. E afinal, eu era apenas um fragmento de uma tentativa de dissecar a visão de um segmento da sociedade. Se é que é possível neste aspecto definir um padrão para que se possa generalizar.

Então me valho deste espaço para dividir com vocês as questões que ficaram em minha mente. Nada muito difícil ou polêmico: O que eu mais gosto do Brasil? O que eu menos gosto?

Digo, às vezes com certa vergonha, que adoooro os confortos do terceiro mundo. A pobreza propicia serviços que só uma sociedade com tamanha discrepância social pode oferecer.

No primeiro mundo, o rico, é rico mesmo. Um patamar que muito poucos atingem. Daí a divisão de tarefas em casa, menos serviçais, menos sub-empregos... esse papo de igualdade e uma sociedade melhor.

Tudo ótimo e lindo, mas na prática pergunto eu: e onde fica a minha manicure? Como posso ir ao salão com freqüência depilar, tingir o cabelo e etc? Quem vai fazer faxina na minha casa? Lavar a roupa? E o serviço de valet? Teria eu mesma que lavar o carro? A primeira vista posso parecer uma pessoa fútil, mas cá pra nós... aqui no Brasil estamos acostumados a “viver bem”. São as regalias provenientes de um país subdesenvolvido.

E então a segunda pergunta me pegou de surpresa ao perceber que a resposta era exatamente a mesma. E o que eu menos gosto? A pobreza, claro.

Me incomoda sair na rua e a cada esquina ter gente pedindo esmola, me incomoda ver as condições de moradia em favelas, me incomoda ver as pessoas se submeterem aos agouros da saúde pública, me incomoda ver muitos com tão pouco para sobreviver.
É o outro lado da moeda. Todo ponto tem seu contraponto. E para uns ganharem, alguém tem que perder.

O conflito de interesses me deixa confusa. Como a pobreza pode me deixar tão triste e me proporcionar tanto bem estar ao mesmo tempo?


PS. A outra pergunta foi sobre religião... como minha opinão pode ser um pouco controversa, prefiro entrar neste assunto em outra oportunidade.

domingo, 10 de agosto de 2008

- ABERTO A COMENTÁRIOS

Devido a pedidos, a partir de agora abro o blog para comentários de todos...
Então, escrevam! Opinem! Critiquem! Ou simplesmente me mandem beijos.
Adoooooro muito tudo isso.

domingo, 3 de agosto de 2008

- QUAL É A MÚSICA?


Outro dia organizei um dvdokê no trabalho. Divertido. As músicas bregas são as que mais fazem sucesso no repertório. E sempre têm aquelas clássicas como Amante Profissional, e Mamonas Assassinas. Os vizinhos são os que mais adoram!

Cantoria pra cá, desafinos pra lá, claro que também fui entoar minhas canções, mesmo sabendo que minha voz é horrível. Gente, só vim pra me divertir... me deixaaa. E lá estava eu, quando descobri que cantava errado uma musica do Lulu Santos. Jura que é isso que fala? Ahh, até perdi o rebolado.

Agora já nem me lembro mais o que era, e pelo visto, vou continuar cantando com minhas próprias palavras para todo o sempre.

Daí comecei a prestar atenção nas músicas que fico no embromation. Algumas tiveram que ser literalmente pesquisadas para saber o que realmente falavam. Outras nunca me dei ao trabalho, e continuava feliz falando o que vinha a minha cabeça.

Então resolvi dividir meu mico com vocês:

Lá vai:

Aqui! Nesse mundinho fechado
Ela é incrível
Com seu vestidinho preto
Indefectível
Eu detesto o jeito dela
Mas pensando bem
Ela fecha com meus sonhos
Como ninguém...Oooooh!
Beat it laun! Daun Daun!
Beat it, loom, dap'n daun
Beat it laun! Daun Daun!... Beat it now?? Nunca imaginei! Ficava no berinlaun daun daun... crente que era uma improvisação no estilo du du duuuu.. lá lá lá.

Outra:

Tem gente de toda cor
Tem raça de toda fé
Guitarras de rock'n roll
Batuque de candomblé
Vai lá, prá ver...

Esse “guitarras de rock’n’roll” eu NUNCA soube. Nesse trecho eu meio que baixava a voz e falava: inté rádio rock’n’roll. Inté?? HAHAHA, numa música de Ivete até que isso não seria impossível.

Tem uma ótima da minha infância:

Alagados, ... , Favela da Maré
A esperança não vem do mar
Nem das antenas de TV

Dou um doce pra quem disser que cantava isso certo!! Trenchtown? E eu lá sabia o que era isso, ainda mais aos 13 anos? Muito tempo depois a curiosidade me fez buscar informação, para enfim descobrir que é uma favela onde Bob Marley morou. Vc sabia?

Cantava o quê? Confessa aí!

Uma também da embromation society:

Nosso sonho não vai terminar.
Desse jeito que você faz.
Se o destino ADJUDICAR
esse amor poderá ser capaz.

Adjudicar??? Nunca entendi o q eles falavam. E depois que decifrei, daí tive a certeza que nem eles sabiam também. Haha

Tá, bora combinar que meus erros são mais que compreensíveis. Esse povo não articula pra cantar, po!

Tem outros piores, e já batidos.
Não meus!!

Sorrir pela iiiilha – Sonífera ilha
Homem que mata, canibalismo selvagem ô ô ôôôô – Homem primata, canibalismo selvagem
Trocando de biquine sem parar – tocando BB King sem parar

Mas a gafe preferida, que juro que se eu não tivesse ouvido cantarem ao meu lado, não acreditaria, é:

Espirogiro é Spirogyra
É um bichinho bonito e verdinho que dá na água
É um bichinho bonito e verdinho que dá na água
Que FANIQUITO é esse
Que FANIQUITO é esse
É o Espirogiro é o Spirogyra

Que faniquito é esse?? Olha que ainda tem que cantar rapidinho (faniquito) pra encaixar certinho na letra – Que plâncton é esse?

Sem noção! Ri muito.

Se bem que essa letra do Jorge Benjor, e várias outras são desconexas e não fazem o menor sentido... Mas faniquito?? Pegaram pesado.

Dizem que quem canta seus males espanta. Algumas vezes, espanta a gramática e o bom senso também! Mas tá valendo. Solta a voz!!

PS. Já que citei Jorge Benjor: vocês repararam na música Taj Mahal?

Foi a mais linda história
de amor o o oooor
Que me contaram
E agora eu vou contar
Do amor do príncipe Shah-Jehan pela princesa Mumtaz Mahal
Do amor do príncipe Shah-Jehan pela princesa Mumtaz Mahal...
Tê Tê Tê, Têtêretê
Tê Tê, Têtêretê
Tê Tê, Têtêretê
Tê Tê...E nunca que conta!!! Só fica no teretetê. Sinistro. O que será que eles fizeram??

sábado, 2 de agosto de 2008

- O TELEFONE (não) TOCOU NOVAMENTE


O telefone tocou novamente
Fui atender e não era o meu amor
Será que ela ainda está muito zangada comigo
Que pena há,há,há
Que pena
Que pena há,há,há
Que pena - Palavras de Jorge

De Sex and the City me lembro sempre de um episódio onde Miranda conversa com um dos namorados da Carrie (não me lembro qual da época), e descobre o que todas nós sempre soubemos, mas recusamos a admitir: Se ele não ligou, é simplesmente porque não tá a fim!

Mas se sabemos disso, porque a ansiedade e o sofrimento ainda nos persegue? Arg, que raiva. Claro que existem algumas exceções de boas justificativas para a falta de contato. Raras, mas existem. Ain. Mas por que ele não liga?

Nossa mente começa a computar os prováveis motivos. Está muito ocupado, não teve tempo, vai esperar uns dias pra ligar pra não pagar paixão, vai ver viajou, deve ter compromisso essa semana, tá doente, está com a família em casa.... e o tempo vai passando, as desculpas vão se esvaindo, até que finalmente nos damos conta que ele não vai mesmo ligar.

Algumas, mais espertas (ou não), preferem sinalizar antes mesmo de dar tempo dele pensar na possibilidade de não ligar. Afinal, não custa nada passar um SMS.

Ahh esse tal torpedo. É a maldição das mulheres. Nossa, desde que ele se propagou, só vejo amigas usando desta ferramenta para dar um cutucão para propiciar um motivo para o tal telefonema. Como se passar torpedo não fosse também tomar a iniciativa de procurar. Como não? Você pensou nele, você que escreveu, você que marcou território e gritou em disfarçadas palavras: Oi, tudo bem? Leia-se: HEI, TÔ AQUI. NÃO ESQUECE DE MIM NÃO. ME LIGA!

Pois é. A mensagem pode ser: Como você está? Como foi a festa? Hoje lembrei de você porque aconteceu tal coisa... Entre outras perguntinhas furtivas que ficam armazenadas para essas ocasiões. Mas, eeei você do torpedo, pensa que tá enganando quem? Ele sabe que você está cobrando um telefonema. Chata!

Cure a ansiedade com um livro, saia com as amigas, vá ao shopping, se empenhe mais no trabalho, saia com outro gatinho (por que não?!), talvez ele ligue. Mas não espere! E POR FAVOR, não passe o tal “inofensivo” torpedo. Se ele não ligar, você estará ocupada demais com outras coisas. Você nem dará conta... e ele com certeza não vale a pena.
E viva eu!! Viva o meu umbigo!

PS. É claro que EU estava esperando um telefonema!! Grrrrrrr.