quarta-feira, 24 de setembro de 2008

- UM DIA DE CÃO


Na sala de aula.
- Professora, o que é solteira?
Vira um outro menininho, levanta a mão todo afoito e responde:
- Eu sei! Eu sei! Eu sei! É uma moça que mora sozinha e tem um cachorro!!!

Hahaha. Nem me lembro que me contou esta historia, que se não fosse verídica, pareceria piada. Mas realmente aconteceu.

Recentemente EU vivi meus dias de “solteira”.

Minha irmã viajou e pediu para eu ficar uns dias com a cachorra dela, uma Schnauzer de meses. Assumi a tarefa meio na dúvida. Mas como eram só poucos dias, quantos eu quisesse, me senti mais aliviada para aceitar. O caseiro estaria lá em caso de emergência e devolução de “mercadoria”.

Me arrumei pro trabalho e fui buscar a Lua (nome da cachorrinha). Ia começar minha árdua tarefa. Digo árdua porque sou daquelas pessoas que tem pânico de dependência. Quando mais nova tive cachorros, mas morava com meus pais, e eles que cuidavam. Eu só ficava com a parte boa de brincar. Ainda lá tive o Vicente, um peixe Beta. Só meu. Minha tarefa era alimentar o bichinho uma vez por dia, e trocar a água uma vez por semana. Não durou muito. Morreu!

No momento, o máximo que me deixo comprometer é com uma planta em casa. As outras são meio que descartáveis, morrem e eu jogo fora. Esta única que estou tentando criar comprei baratinha por trinta reais, pois do tamanho original que eu queria na verdade custava 450 reais. Uma baita diferença. Então resolvi comprar pequena e “criar” minha plantinha. Espero chegar lá.

Busquei a Lua e fui direto ao trabalho. Até então tudo certo, ela é calminha e não é do tipo de cachorro esganiçado que quer ficar pendurado na janela tomando vento. Não. Sentadinha, quietinha. Comecei a achar que meu carro já tava ficando com cheiro de cachorro, de resto, longa jornada tranqüila.

Lá no trabalho o staff adorou. Mas pra mim tudo começou a ficar meio restrito. Primeiro fiquei tensa da Lua perambular pra cá e pra lá e incomodar os outros. Não é todo mundo que gosta de animais. Aí dei ração. A bichinha não comia. Só se desse na boca. Dei, né... Distraída, continuei trabalhando, e daqui a pouco. Heeei, um cocô. Mas já? Não sabia. Come e já tem que levar pra passear logo em seguida? Ninguém me avisou!

Segue meu dia. Toca meu cel. “Dani, vamos jantar fora hoje? No Leblon, tal hora a gente se encontra...” - Não posso. Tenho que voltar pra casa porque estou com a cachorra da minha irmã. Mais tarde outro telefonema. “Oi amiga, tá passando um filme ótimo, vamos ao cinema?” – Ain, não posso, tô com a cachorra da minha irmã. Ihhh que relação estressante essa de dependência. Não posso fazer nada.

Voltei para casa, mas antes fiz a Lua passear bastante para não correr o risco de fazer nem xixi nem coco no carro, pois o trânsito seria complicado. Cheguei em casa, arrumei um cantinho na varanda. Paninho para ela deitar, jornal, comida, água, tudo certo. Luaaaaa. Fica aí. Aí!! Deito na cama, e lá vem ela toda se achando e pula na cama. Heeeeeeeeeeeei, pode ir descendo. Fica na varanda. Aí! Aííí! Deita, vai dormir. Apaguei a luz.

Dia seguinte, seis e pouca da manhã, barulho de papel rasgado, alguma coisa sendo arrastada... Pronto, a Lua acordou. E me acordou. Que sono! Virei para continuar dormindo. E aí pensei, será que ela fez xixi e cocô? Saco. Levantei e fui ver. Nada. Que bom. Menos mal, não tenho que limpar nada. Voltei a deitar para dormir mais um pouco e vem o pensamento: E se ela fizer agora? Aaaaai. Levantei, coloquei uma roupa e lá fui eu passear. Melhor levar a cachorra pra passear do que limpar o chão da varanda.

Um novo mundo se abriu para mim. Cedinho, frio, eu na rua de óculos escuros, com uns saquinhos plásticos na mão, passeando com a cachorrinha. “Bom dia”, fala um casal de velhinhos que passa. Bom dia! “Bom dia”, fala a senhora que passeia com seu cachorro. Bom dia! De mais de 15 pessoas que encontrei passeando com cachorros, eu e uma menina éramos as únicas com o saquinho na mão. E o cocô dos outros cachorros, vai pra onde? Não vai. Fica na rua. Que vergonha.

Voltei, fui pro computador, e fiquei tranqüila em deixar a Lua solta pela casa, pois já tínhamos passeado. Snif snif snif. Que cheiro é esse? A Lua está bem do meu lado. Que cheiro ruiiiim. Cheiro de cachorro. Fui trabalhar. Bom, a Lua já não foi no carona, foi no tapete do carona. E se meu carro pegar o cheiro? Arg. Cheguei no trabalho e a primeira coisa que fiz fui procurar um Petshop para dar banho. Esse cheiro num dá.

Novamente foi o dia dos convites. “Dani, tem uma peça...” Não posso, tô com a cachorra da minha irmã. Hum, isso começou a me incomodar. Voltei pra casa, a Lua já conhecia o seu cantinho e foi direto para a varanda. Limpinha, com novos lacinhos, mas pera aí... Eca, ainda está com cheiro de cachorro. Lógico, porque o cheiro é dela mesmo. Não sai. Me deu pânico. Minha casa é toda cheirosinha. Tenho um spray especial para a cama, um difusor de essências para o banheiro, um home spray bilhardário para a sala, sachês no banheiro de visitas... e cheiro de cachorro pela casa toda. ARG.

Dia seguinte, seis e pouco, acordamos eu e Lua, e fomos passear. Felizes, já conhecíamos a rotina. Eu com os saquinhos e ela com as necessidades. Bons dias pelo caminho, e casa de volta. Entrei em casa. Cheiro de cachorro. Pânico. Pânico. Pânico. Lua, você é linda, boazinha, mas sinto muito, vai para casa AGORA! Peguei, liguei para o caseiro e não eram nem oito e meia da manha eu já estava de volta em casa. Livre leve e solta. Sem a Lua.

Meus dias de “mulher solteira” foram difíceis. Não estou preparada para isso ainda. Prefiro treinar com a minha plantinha, até que ela chegue ao almejado tamanho de 450 reais. É o máximo que posso me comprometer por hora. Mulher solteira é uma moça que mora sozinha e tem um cachorro? Correndo do estereótipo!! O cachorro fica mais pra frente. Quem sabe casada.


* foto da minha plantinha: Beaucarnea Recurvata. Popularmente conhecida como pata de elefante, noli.

terça-feira, 23 de setembro de 2008

- CRENÇAS E PATUÁS


Um gnomo mora em minha casa. Tenho convicção disso. Na verdade ele me conhece desde criancinha e conseguiu se enfiar na mudança quando vim da casa dos meus pais para o meu AP. Arg. Como todo gnomo, ele é esperto e se diverte as minhas custas. Chamam de gnomo doméstico. Ele é brincalhão e é raramente mau. Você sabia que existem diferentes tipos de gnomos? De jardim, das dunas, da floresta até da Sibéria. Bom, fugindo do papo esotérico, que não é nem um pouco a minha praia, vamos voltar a minha casa. Esse gnomo me tira do sério. Esconde tudo, leva coisas embora de vez, troca tudo de lugar. Um inferno. Eu vivo dizendo que no dia que eu encontrar o buraco negro de onde ele vem, vou ficar rica. Imagina, anos e anos de trecos acumulados. Ahhh, esse gnomo!

São Longuinho também é meu companheiro de longa data. Não tenho idéia de quantas vezes por semana e o chamo, e depois, pulo para ele. Três, mais três, mais três... e por aí vai. Se eu não desse pulinhos hiper tímidos, só para constar e pagar a promessa, confesso que seria uma verdadeira ginástica. E pior é que tem que pular meeesmo, sem enganação. Senão da próxima vez que você precisar da ajuda dele... na na ni. Não achará nada! Bom, eu não me arrisco por tão pouco. Pulo mesmo!

E para fechar meu ciclo de companheiros diários, não vivo sem um olhinho. Sabe aqueles olhos gregos? Tenho um grande na entrada da minha casa e também coloquei um no meu trabalho e um no carro. Uma vez tive um chaveiro que tinha uma penca de olhinhos gregos. Uns 13, acho. Foram quebrando um a um. Impressionante. Mas não quebravam porque eu deixava cair, ou algo assim. Do nada, o olho, pluft, partia ao meio. Dizem que ele te protege, e o que vinha de ruim pra você, bate no olho, quebra e vai embora. Ui. Sobraram dois!

Acreditando ou não, vivo mais feliz com minhas historinhas e pequenas “crenças”. Não matam, não engordam e nem soltam as tiras! E de bônus ainda me divertem.

PS. Só para constar e para os que não me conhecem. Eu não sou da turma verde “eu acredito em gnomos”. O gnomo é uma imagem metafórica para minha total falta de organização e esquecimento.

* foto do meu imã de geladeira estilizado de São Longuinho!

- HOMEM PRIMATA



Estou na fila do banco, fila que promete ser demorada, e para passar hora resolvo ler um livro de quase 600 páginas. Sem problemas. Para bancos já vamos com disposição para esperar (por isso levei o tal livro), e lá estou eu, em pé, aguardando minha vez tranquila, como passatempo um chumbo nas mãos. Sem reclamar. Então quando está quase chegando a minha vez, vem uma fulana, que estava sentadinha no sofá há tempos, pega, cutuca o rapaz da minha frente e fala, “Obrigada por guardar meu lugar.” Vira pra mim e diz: “Olha, eu tava atrás dele.” Hããã?? Mulher invisível? Nossa. Vocês não têm noção como essas atitudes me tiram do sério. Onde estava esta infeliz nos últimos 25 minutos que eu estava que nem um dois de paus em pé, tentado ler com um peso de sei lá quantos quilos na mão? Sentada. Sentadinha esperando a vez dela. Estava na minha frente... – “tava sim”, diz o rapaz que a conheceu há meia hora e guardou o maldito lugar dela. Grrrrrrrrrrrr. Será que estas pessoas não entendem que o banco é para idosos ou para acompanhantes? Se fosse para quem estivesse na fila, seria uma fila de cadeiras, e não uma fila em pé? E porque ela ficaria sentadinha e os outros idiotas que nem eu em pé? Por que ela é mais alta? Mais cafona? Se acha mais bonita? Acho que não! Não sei que razão passa na mente desta pessoa, sinceramente não entendo.

Falta de educação, falta de bom senso, preguiça ou descaso?

Então outro dia vou ao mercado. Exausta, depois de hooooras de trabalho, onze e meia da noite. Faço minhas pequenas compras e entro na fila do caixa rápido, de 25 volumes. Na minha frente três pessoas. Um cara, e um casal. Os homens se conheciam e estavam num papo animado. E aí a caixa grita: Próóóóóximo. O da vez se encaminha até a metade do caminho, vira e continua de papo com o amigo, e faz uma mãozinha para a moça esperar. Esperar o que? O fim da conversa deles? E os outros da fila? Eu? A moça atrás de mim? O casal de coroas depois? Ah, que esperem, pensam eles, nosso papo está tão bom. Ainnnnn! E então depois de um tempinho o cara finalmente se encaminha para o caixa. E: próóóóóximo. É a vez do casal a minha frente. Lá vão eles, passam as compras e opa... cadê o dinheiro? Ele esqueceu. Vira para a mulher, que devia ser uma namoradinha, ela faz cara de paisagem, e nem mexe na bolsa. E aí o SER manda a caixa esperar, e vai lá pra fora do mercado, pegar dinheiro no caixa eletrônico, ou na PQP. Realmente não sei onde ele foi. E nós da fila do caixa rápido? Quem??

Falta de educação, falta de bom senso, preguiça ou descaso?

Vou para o trabalho, e ao chegar um carro acaba de estacionar na minha frente, obstruindo a passagem para a entrada da vila. Buzino de leve, sinalizo que quero entrar e ele mesmo assim desliga o carro, e pede para eu esperar. Sem outra opção, espero. Ele sai, dá a volta no carro, e começa a desembarcar umas duas senhoras do carro com toda calma do mundo. Ele, obstruindo a minha entrada, e eu conseqüentemente, obstruindo a passagem da rua onde eu estava – Praia de Botafogo, nem um pouco movimentada. Começam a buzinar, reclamar atrás de mim, e eu, quieta, aguardo o tal cara tirar o carro dali ou chegar pra frente. Não tenho para onde ir. O dito cujo se irrita, vira para os carros que estão buzinando, começa a xingar todo mundo, profere palavrões, entra no carro, e chega o carro um pouquinho pra frente, dando assim passagem para meu carro entrar. Não poderia ter feito isso desde o inicio?

Falta de educação, falta de bom senso, preguiça ou descaso?

Viver é um exercício diário de paciência. Temos que sublimar muitas coisas, para não deixar pequenos intempéries do dia a dia tirarem nosso humor. Eu, em geral, ouço uma boa musica, falo no celular para abstrair a situação, conto até dez, até 20, até 30, mas às vezes realmente não aguento e reclamo MUITO, porque não sou de ferro e não tenho lá os melhores gênios. Do poeta Ferreira Goulart: "Educar é de certo modo transformar um animal humano em cidadão". Isso!! É isso. Falta de educação, falta de bom senso, preguiça ou descaso? Nada. Falta de cidadania. Monte de animais!

PS. Muita falta de tempo para postar. Mas eu vou tentando!

PS2. Mudei o player do post anterior. Agora já dá para ouvir as músicas: http://daniuzeda.blogspot.com/2008/09/me-deixa-viverouvindo-boa-msica.html

* foto da estátua do macaco Tião. Conhecido e falecido gentleman do Zoológico do Rio.

quarta-feira, 17 de setembro de 2008

- ME DEIXA VIVER… Ouvindo boa música!

Sempre que converso com meus amigos, descubro que vários têm a mania de ouvir uma mesma música mil vezes. Eu me pego fazendo isso direto, e volta e meia no trabalho estou torturando as pessoas com uma mesma música por duas horas seguidas. E pior, sem nem mesmo perceber.

Eu adorava navegar na Internet, buscar novos artistas e encontrar músicas diferentes para baixar. Isso quando eu tinha mais tempo livre... Ai. Eu estava sempre com um som novo no mp3, feliz da vida, e meu maior prazer era dividir minhas descobertas com quem estava perto de mim. Olha essa música que legal!! Aí ouvia um: “hum, é” meia boca, e ficava por isso mesmo. Alguns meses depois, esta tal música começava a bombar nas rádios, e a pessoa do Hum... tava lá, cantando alto e de cor seu novo hit preferido. Como assim? Eu te mostrei isso há meses atrás e você nem gostou. “Ah, nem prestei atenção” Sei, sei, isso para mim é falta de personalidade ou falta de um bom ouvido. Enfim...

O meu tempo escasso não me permite mais ficar caçando novos talentos musicais. Uma pena. Mas gostaria de compartilhar com vocês duas descobertas. Uma antiiiiga, mas que muitos por aqui nunca ouviram falar. E outra mais recente. Aqui vão duas musicas que não saem da minha cabeça. Que tal você também deixar no comentário alguma sugestão? Adoooooro.

-> TRES, Juanes.



Boomp3.com

Juanes é um cantor colombiano que eu amo toda vida. Mistura de rock com música colombiana - ritmos latinos, na verdade. Este ano Juanes tem sete indicações para o Grammy Latino, entre elas artista do ano, vídeo do ano e canção do ano com "Me enamora".


-> I’M IN LOVE WITH A GIRL. Gavin Degraw





Boomp3.com


Gavin Degraw é nova-iorquino. Cantor, compositor, pianista e guitarrista, toca um rock bem bacana!

terça-feira, 16 de setembro de 2008

- PRESENTES PASSADOS


Amo dar presentes. Sou daquelas que sempre busca presentes especiais, que combinem com a pessoa, quem tenham a ver com a personalidade ou momento. Óbvio que nem sempre consigo agradar, mas eu juro que tento, e com veemência. Adoro ver a expressão no rosto da pessoa ao abrir o embrulho. Logo ali você percebe se gostou ou não.

Aprendi que presente deve ser aberto na hora que ganha. Senão é falta de educação. E é mesmo!

A empregada da minha mãe (agora dizem secretária do lar, mas me desculpem na minha época era empregada mesmo) sempre me irritou. Quando comecei a ter meu dinheirinho resolvi incluí-la na minha pequena lista de Natal. E aí lá ia eu comprar alguma coisa com meu cruzeirinho esmirrado (Ou cruzado? Cruzado real?). Depois entregava o agrado toda feliz, e ela por sua vez quando o recebia, e simplesmente falava “Obrigada.”, enfiava na bolsa, e tchau. - Heeei, não!! Tem que abrir!! “Eu abro em casa.” - Não! É falta de educação, abreee. (criança fala o que pensa, inevitável). Ela me ignorava, levava o embrulho embora e agradecia só no dia seguinte. Grrr. Que raiva.

Todo mundo tem historias de presentes engraçadas, tristes ou frustrantes. Lembram da minha “nova” bicicleta usada? Pois é. Ainn.

Uma vez minha irmã me deu um vestido com o seguinte discurso: “Eu não achei muito a sua cara, mas eu adorei. Então resolvi comprar assim mesmo.” Como assim?? Óbvio que troquei. Ela mesma já comprou sabendo. Doidcha.

Uma que eu não esqueço aconteceu quando eu tinha oito anos. Eu estava na terceira serie do primário e tínhamos feito amigo-oculto. E então quando começou a troca de presentes, eis que o menino mais riquinho da sala tira a fulana e dá de presente um POTE DE GELÉIA! Sabe aqueles com chapeuzinho quadriculado colorido? Esse mesmo. Tadinha. Imagina a frustração de uma menina de oito anos ganhando uma geléia enquanto todos os outros estavam ganhando a agenda da loja da moda? Hahaha.

Tenho outra historia ótima. Meio mázinha da minha parte. Era aniversário do meu irmão e eu estava doida pelo LP (naquela época ainda era o bolachão) do Bruce Springsteen. Como já tinha recorrido aos meus pais e nada, uma nova oportunidade de ter o disco surgiu a minha frente. Umas amigas perguntaram com o que presentear meu irmão no aniversario dele. Ahhh, não tive duvidas: - Compra o LP do Bruce Springsteen! Ele adora! Mentira, ele detestava, mas meu irmão, adolescente na época, morria de vergonha de tudo, e eu e minha irmã que sempre íamos ao shopping trocar os presentes dele, seja tamanho de bermuda, cor de blusa, essas coisas. Então eu já sabia que ele não se daria o trabalho de trocar. Hehe. Dito e feito, ganhou o LP, odiou, e largou mão. Eu dizia pra ele que ia trocar, ia trocar e nunca que troquei, claro. O plano era esse. E fiquei feliiiiz da vida ouvido Born in the USAAAA. Mas como nem tudo é perfeito e a vida às vezes é justa sim, o disco empenou! Sei lá porque empenou rapidinho, e não conseguia tocá-lo na vitrola de jeito nenhum. Castigo, eu sei. Por isso nem reclamei muito.


Já comprei presentes também que nunca dei. De alguns eu me apossei e já outros troquei por algo para mim. Os motivos da não-entrega foram vários. Um namoro que acabou antes do previsto, uma pessoa que aprontou alguma bem antes do aniversáro, ou a falta de oportunidade de encontrar. Sorte minha, azar deles. Aliás, nesse lance de presentes tenho uma regra, no mínimo, curiosa. Toda vez que compro presentes de aniversário para alguém, eu também me presenteio. Eu mereço um presentinho também, oras!

No final das contas é sempre prazeroso presentear. O valor do presente nem importa. O que importa mesmo é o significado dele para a pessoa que vai recebê-lo, e o gesto da lembrança. Nunca compre qualquer coisa, só por comprar. Se está duro, um cartão simpático ou uma caixa de chocolates não oneram muito, e são sempre bem recebidos. E se você não gostar do que ganhou, bote um sorriso no rosto e agradeça. Demonstrar sua frustração é bem mais frustrante para quem o comprou, tenha certeza. Eu mesma já menti inúmeras vezes, aprendi desde de criancinha. - Nossa, amei aquele disco!! -A blusa que você me deu? Já usei várias vezes! É a tal da mentira branca, dizem. Aquela que é pro bem, e não faz mal a ninguém!

sexta-feira, 12 de setembro de 2008

- É FOGO!!

Existem várias situações, que se não fossem trágicas, seriam facilmente cômicas. Ontem li duas notícias no jornal que achei hum... no mínimo interessantes.

Uma delas contava que meninos de rua atacam transeuntes, à noite, com espetinhos de churrasco em São Cristóvão. Espetinho de churrasco? Como assim? Ah não! Dá um quilo de carne pra esses meninos e manda eles montarem uma barraquinha, pô.

A outra falava que um carro da prefeitura que transportava um radar móvel pegou fogo, e os motoristas gritavam: deixa pegar fogo, deixa pegar fogo! Isso porque estava a apenas cerca de 100 metros de um posto do Corpo de Bombeiros. Mas o povo queria ver o circo pegar fogo. Que queime!! Nossa... Inquisidores. Haha.

É o famoso toma lá da cá. As autoridades sabem exatamente onde acontecem os delitos, o horário e nada fazem para nossa segurança, em contrapartida viram chacota na primeira oportunidade, pois não têm o respeito do povo.

Revolta velada de uma comunidade impotente.

Ps. A postagem tá frenética! Essa foi curtinha.

quinta-feira, 11 de setembro de 2008

- ME DEIXA VIVEEER... Mamma Mia


-> Essa semana estréia aqui no Brasil Mamma Mia! - filme baseado no musical homônimo. A história é toda contada através das músicas da famosa banda sueca dos anos 70, ABBA. Uma delícia. Quando assisti a peça na Broadway, em NY, não consegui ficar parada na poltrona. Uma energia contagiante, que é visível no alto astral de todos que saem do teatro.

O filme conseguiu captar a mesma alegria. A história se passa em uma ilha Grega, e o que no teatro só podíamos imaginar, o longa expõe maravilhosamente em uma fotografia belíssima e cenários lúdicos. Um arraso. As letras se encaixam perfeitamente em cada momento do enredo. O musical original tem momentos mais animados, atuações mais convincentes, mais engraçadas e ápices que levam a platéia ao delírio. No filme, os atores, salvo Meryl Streep, são razoáveis. Mas sem muitas críticas, vá de espírito aberto. Eu já vi. É diversão certa!

Pra cantar, abaixo segue a música Mamma Mia. Engraçado como esta letra fez parte da minha vida por tanto tempo. Parece que foi escrita pra mim, ou melhor, por mim! Hehe. Ainda bem que agora eu SÓ canto... Mamma miaaaaa.

MAMMA MIA

I've been cheated by you
since I don't know when
so I made up my mind
it must come to an end
look at me now
will I ever learn
I don't know how
but I suddenly loose control
there's a fire within my soul
just one look and I can hear a bell ring
one more look and I forget everything
Mamma mia, here I go again
my, my, how can I resist you
mamma mia, does it show again
my, my, just how much I've missed you
yes, I've been broken-hearted
blue since the day we parted
why, why did I ever let you go
mamma mia, now I really know
my, my, I could never let you go

I've been angry and sad
about things that you do
I can't count all the times
that I've told you we're through
and when you go
when you slam the door
I think you know
that you won't be away too long
you know that I'm not that strong
just one look and I can hear a bell ring
one more look and I forget everything

Mamma mia, here I go again
my, my, how can I resist you
mamma mia, does it show again
my, my, just how much I've missed you
yes, I've been broken-hearted
blue since the day we parted
why, why did I ever let you go
mamma mia, even if I say
bye, bye, leave me now or never
mamma mia, it's a game we play
bye, bye doesn't mean forever

Mamma mia, here I go again
my, my, how can I resist you
mamma mia, does it show again
my, my, just how much I've missed you
yes, I've been broken-hearted
blue since the day we parted
why, why did I ever let you go
mamma mia, now I really know
my, my, I could never let you go

PS. Nossa, como ABBA é brega e contagiante. Depois do filme tô numa sessão nostálgica ouvindo direto Mamma mia, Dancing Queen, Gimme gimme...

quarta-feira, 10 de setembro de 2008

- MANIAS, EU?


Todo os dias quando acordo, a primeira coisa que faço é estalar meus tornozelos, depois os cotovelos, os pulsos, os dedos e tudo que for estalável. Adoro. Mas a mania, que é extremamente prazerosa pra mim, já me disseram que incomooooda. Poxa, é mania. Não consigo controlar.

Manias todo mundo tem. E como de perto ninguém é normal, aposto que você que já começou a contar nos dedos as suas. A palavra MANIA vem do grego, que significa loucura. Ui. Sem exageros! Esquisitice, extravagância, mau costume, fixação repetida, hábito prejudicial, ou não, as manias fazem parte do ser humano. De forma saudável, desde que não se transforme em quadro psiquiátrico, convenhamos, as manias às vezes são até engraçadas. Algumas são irritantes, outras, hum... peculiares.

Eu tenho algumas manias chatas, algumas boas, e provavelmente muitas que nem percebo. Começando pela mania de me estalar toda, que não acontece só ao acordar e sim ao longo do dia. A que talvez incomode mais é a de estalar o pescoço. Mas o pescoço tá duro, ele pede, não sou eu!

Outra que sei ser de morte é não fechar a pasta de dente. Não fecho, é mais forte que eu. Isso me incomoda também, já que por várias vezes a pasta endurece e é um inferno escovar os dentes. Para solucionar o problema, comecei a comprar pastas com tampa tipo pop up. Não adiantou, mesmo assim eu não me dava o trabalho de fechar. E então mudei a estratégia e agora só compro pasta de dente GEL, que não endurece. Porque a pasta continua sem ser tampada, e provavelmente continuará até eu morrer, pode reclamar a vontade. Não posso ajudar.

Também tenho mania de me alongar, mania de tirar os sapatos embaixo da mesa do computador (às vezes ficam até seis pares lá), mania de roupas de dormir (tenho zilhões de pijamas, camisolas e afins), mania pendurar calcinha no chuveiro (que mulher não tem?), mania de sacudir o pé direito antes de dormir, mania de balançar as pernas quando sentada ouvindo música, mania de dizer sempre um “te ligo”, quando encontro alguém na rua, mesmo que eu saiba que nunca vou ligar (mas isso é mania de todo carioca), mania de sempre estacionar o carro numa determinada área no shopping (em cada shopping eu tenho uma área pré-determinada pra parar), mania de fazer bainha de calça com silver tape, mania de ouvir a mesma música 20 vezes seguidas, mania de desligar o telefone correndo, mandando beijo sem dar tchau (haha, sempre ouço alguém ainda falando, mas quando vi já desliguei), mania de... ihhh, nem sei.

São todas inofensivas. E nenhuma que realmente seja caso grave, nem analisável, eu acho. Nada de calçar sempre a meia do pé esquerdo primeiro, ou ficar neurótica com um pé de sapato virado, não dormir com armário aberto, ou mania psicótica de arrumação e limpeza nem nada assim. Não que eu julgue, já diz o ditado: cada louco com sua mania.

Existem umas divertidas, e outras lamentáveis. Já viu mania de porteiro coçar o ouvido com chave? ECAA. Vejo na rua direto, um nojo. E mania de homem careca com rabo de cavalo? Não adianta que não compensa a falta do cabelo em cima e fica horrível, será que eles não enxergam? Outras: gente que finge estar dormindo no ônibus para não ter que dar lugar pra velhinhos ou grávidas, mania de juntar sobras de sabonetes pra formar um só amassando tudo num bola, mania de escrever em carro sujo: lave-me, mania de lamber a tampinha do iogurte, mania de duas mulheres irem juntas ao banheiro, mania de colocar biquini e ir tomar sol na varanda de casa, ou pior, na laje... haha.

Agora no final do post já lembrei de várias outras manias minhas. Mania de não atender telefone em casa (só deixo a secretária eletrônica, mesmo que eu não esteja fazendo nada), mania de ligar o chuveiro e ir fazer alguma outra coisa, mesmo que a água demore apenas cinco segundo para esquentar, mania de usar onomatopéias ou fazer sonoplastia enquanto falo... tem mais, tem mais. Mas chega, né?! Agora é a sua vez. E você? Quais são suas manias? Desde que não seja um caso patológico, viva! Os outros que reclamem, fazer o que? É mania!

Ainda bem que mania não pega. Ou pega? Ai.


PS. mania de escrever PS.s!!!

segunda-feira, 8 de setembro de 2008

- ME DEIXA VIVEEER


Entre uma crônica e outra, resolvi abrir um espaço para pitacos rápidos, fúteis, e às vezes úteis do meu dia-a-dia. Batizei estes intervalos como: Me deixa viveeer.


-> Acabei de ler: Sexo, Drogas e Rollings Stones, de José Emílio Rondeau e Nélio Rodrigues. Esperava mais curiosidades, histórias cabeludas, e inéditas. Mas valeu! Mostra o início da banda, influências, integrantes, sucessos, apogeu, decadência, o quase fim, a volta triunfal... O livro é um bom informativo para uma fã de carteirinha que nem eu. Os shows no Brasil e as vindas de integrantes da banda em diversas ocasiões são uma pitada a mais. A piada antiga conta que, “no caso de um apocalipse nuclear, sobrariam apenas as baratas e Keith Richards.” De drogas pesadas, biritas, noitadas fortes, das quase 60 horas acordado, até uma cirurgia cerebral, o cara realmente é Highlander! Adorei!!


-> Andei fuçando uns blogs, e sei lá porque caí em blogs de cantores e atores. Em meio a bobagens, espaços futilmente usados para contradizer fofocas, ou blogs para autopromoção, me deparei com um que me surpreendeu, o do Tico Santa Cruz. Confesso que preconceituosamente (vergonha minha!) esperava bem menos de um vocalista de banda para adolescentes. Me enganei. Não se restringe ao umbigo. Com assuntos bem ponderados, ou reflexões poeticamente viajantes, as palavras revelam um cara com uma cabeça bacana. Gostei! Se quiserem conferir: http://bloglog.globo.com/ticosantacruz

-> Recebi o email abaixo, e pensei escrever mil coisas... mil mesmo! Mas deixo para vocês suas próprias reflexões, porque as minhas são demasiadamente mordazes, revoltadas e em alguns pontos até indecentes.

CONSELHOS MODERNOS

Se vocês reclamam que a vida das mulheres está difícil hoje, vejam só estas frases e conselhos que foram encontradas em revistas da década de 50 e 60:

* "Não se deve irritar o homem com ciúmes e dúvidas." Jornal das Moças, 1957

* "Se desconfiar da infidelidade do marido, a esposa deve redobrar seu carinho e provas de afeto." Revista Cláudia, 1962

* "A desordem em um banheiro desperta no marido a vontade de ir tomar banho fora de casa." Jornal das Moças, 1945

* "A mulher deve fazer o marido descansar nas horas vagas; nada de incomodá-lo com serviços domésticos." Jornal das Moças, 1959

* "A esposa deve vestir-se depois de casada com a mesma elegância de solteira, pois é preciso lembrar-se de que a caça já foi feita, mas é preciso mantê-la bem presa." Jornal das Moças, 1955

* "Se o seu marido fuma, não arrume briga pelo simples fato de cair cinzas no tapete. Tenha cinzeiros espalhados por toda casa." Jornal das Moças, 1957

* "A mulher deve estar ciente que dificilmente um homem pode perdoar uma mulher por não ter resistido às experiências pré-nupciais, mostrando que era perfeita e única, exatamente como ele a idealizara." Revista Cláudia, 1962

* "Mesmo que um homem consiga divertir-se com sua namorada ou noiva na verdade ele não irá gostar de ver que ela cedeu." Revista Querida, 1954

* "É fundamental manter sempre a aparência impecável diante do marido." Jornal das Moças, 1957

* "O lugar da mulher é no lar. O trabalho fora de casa masculiniza." Revista Querida, 1955

E depois dessa, me despeço!!!

C U !!!

PS. Ai, gente. É inglês abreviado. See you!! Que mente suja! hahaha

PS2. Podem comentar, por favor!!

domingo, 7 de setembro de 2008

- A ARTE DE FALAR BEM... MAL


SARCASMO, IRONIA, HUMOR NEGRO, CINISMO, SÓ ALEGRIA

Outro dia resolvi redecorar um quarto. Daí comprei uma tinta linda lilás e tal, e decidi pintar apenas uma parte do aposento. Queria que a área de dormir ficasse mais aconchegante, e fui dar as instruções ao pintor. E começam as perguntas: “Você comprou esta tinta lilás, né?” - Sim. “E que paredes você quer que pinte?” - Do lado da cama, a parede do ar-condicionado e da porta. “De que cor?” - Laranja! Aí o pintor gaguejou e perguntou novamente: “Laranja?” - Não, né. Lilás! Qual foi a cor da tinta que eu comprei? Não foi lilás?

Aí segue o papo. “Ah, então você quer que pinte tais paredes, entendi. E você acha que vai ficar bom?” - Não, não acho. Mas eu me detesto, e vou pintar assim mesmo, porque eu quero que fique horrível! E ele: “O que?”Ain. Que sem graça. Sarcasmo sem entendimento às vezes é tão tedioso! Então respirei fundo e respondi com calma novamente todas as perguntas: as óbvias, as idiotas e as realmente necessárias, pois afinal de contas queria o serviço bem feito.

Nunca tive a pretensão em ser politicamente correta. Ninguém paga as minhas contas, e a sinceridade pode ser às vezes cruel, mas quem não é sincero de quando em quando? A diferença é que falo o que penso, e que muitas pessoas também pensam, mas na verdade não têm coragem de verbalizar. O que prefiro é falar com humor. Humor negro? Vá lá, que seja. Aliás, que fique claro que não estamos falando em grosseria, nem em verdades indizíveis, apenas uma pitada de cinismo, quando cabível, para pura diversão.

Não sou irônica, nem sarcástica sempre, mas têm pessoas e situações que pedem. Às vezes sai sem eu perceber. Ops, quando me dei conta já falei. Outras vezes falo com prazer, simplesmente porque eu sou assim. Um dos prazeres é justamente deixar o interlocutor com cara de bobo, e rir internamente. Outros apenas alfinetar, sempre com a intenção de se deleitar com a própria zombaria. Mas nos casos onde não sou compreendida, fico passada. Desperdiçar piada é chaaato toda vida, e ter que explicar frustrante! Passo.

Desde os primórdios a literatura se mostra grande recorrente ao sarcasmo e à ironia, assim como famosos cientistas e filósofos. Sócrates, dentre outras, dizia: “ O ideal no casamento é que a mulher seja cega e o homem surdo.” Oscar Wilde: “Quando eu era jovem, pensava que o dinheiro era a coisa mais importante do mundo. Hoje, tenho certeza.” E dele também é a conhecida frase: “A vida é muito importante para ser levada a sério.” De Albert Einstein: “O único lugar onde o sucesso vem antes do trabalho é no dicionário.” e Picasso: “Eu gostaria de viver como um pobre, mas com muito dinheiro." Poderia passar o post enumerando pessoas, e frases. Como também citando da literatura portuguesa Eça de Queiroz, e da brasileira Machado de Assis, Nelson Rodrigues, o atual Ruy Castro… Um bando de sarcásticos. Talvez tenha mencionado todos acima pra mostrar que não estou sozinha, antes que me condenem.

Há aqueles que digam que o sarcasmo é uma ferramenta para o humor inteligente e sagaz, e claro, não é para qualquer um. Outros confundem este tipo de recurso com mau-humor. Ledo engano. Abordagens ácidas, não são necessariamente zombarias cruéis. É apenas uma figura de linguagem, com conteúdo sublimar, de uma visão bem-humorada. Bem humorada e em geral bem eloqüente, diga-se de passagem.

Para fomentar a questão, gostaria de finalizar mostrando outro prisma, de alguém também formador de opiniões - Jean Paul Sartre, que dizia “O sarcasmo é o refúgio dos fracos”.
E você, o que acha?


PS. Será que ele estava sendo irônico com os fracos? Hahaha ;-)

quarta-feira, 3 de setembro de 2008

- QUE AFINIDADES UNEM OS AMIGOS?


Conversei isso com uma amiga de infância esta semana. Éramos um grupo de amigas, de amigas de amigas, todas unidas e todas diferentes. Tínhamos a noite das calcinhas, onde vinho e pinto eram os temas básicos e só era permitida a entrada de mulheres.

Hoje o tempo separou boa parte de nós. Algumas amizades não sobreviveram aos anos, à distância, à vida. Mas todas, com certeza, deixam saudades.

Analisando meu grupo.

1) A alegre, risonha, simpática, transparente, ansiosa, distraída, impaciente e de tempos em tempos irritadiça.
2) A blasé, inteligente, às vezes surtada, determinada, individualista, feminista e fogosa.
3) A vaidosa, egocêntrica, segura, impecável, detalhista, profissional, ambiciosa, esperta, mas pouco culta.
4) A observadora, forte, sacana, irônica, esquentada, sensata, volátil, estabanada e divertida.
5) A doidinha, extrovertida, easy going, carente, passiva, sonhadora, sem noção e por vezes tola.
6) A justa, decidida, curiosa, teimosa, impulsiva, dispersa, presente, companheira, ciumenta e mais sensível do que aparenta.
7) A furona, engraçada, aparecida, desatenta, extravagante, protetora, prestativa, e se acha o poder em pessoa.
8) A insegura, feminina, calma, manhosa, vulnerável, otimista, aparentemente certinha.
9) A micareteira, festeira, sociável e trabalhadora
10) A conselheira, crítica, atenciosa, madura porém depressiva.

Tive cuidado de usar adjetivos diferentes a cada definição. E para deixar bem definida a personalidade de cada uma, ousei até ser um pouco caricata. Não que nós não sejamos um mix de sentimentos e emoções, e incontáveis adjetivos se aplicariam a cada uma em diversos momentos de nossas vidas. Todas diferentes, todas iguais, todas amigas.

Todo mundo fala que amizade entre mulheres é complicada. Rola inveja, ciúmes, competição. Não acho. Em amizade sincera e verdadeira não existe isso. Mas até distinguir quem é a verdadeira amiga e a “colega’”, muitos são os tombos e as decepções. Eu mesma deixei muita gente pra trás e de algumas amigas me afastei momentaneamente ou circunstancialmente, mas sempre tive a certeza que estavam ali, de stand by, com a luzinha vermelha acesa.

Acho que passamos por fases. Na infância tudo se resume à família e amizade. Já na adolescência o mundo começa se mostrar, e as amigas são os elos mais importantes para dividir as novas descobertas. Já aos 20 começa a fase de sair, e as amigas viram parceiras indispensáveis. Diversão é a palavra de ordem. Aos 30 a vida ganha novos contornos e as prioridades começam a se definir. Os encontros já não são tão constantes assim… mas com a maturidade percebemos não precisamos estar sempre juntas para nos fazermos presentes e importantes.

Hoje guardo ótimas recordações e grandes amizades. De brincadeiras de bonecas a flertes adolescentes. De fofocas de colégio, a saídas na night esquema tipo ir na roubada e voltar no perrengue. Grupos de estudos que mais pareciam grupos de conselhos afetivos, choros, risadas, bobagens, tombos no meio da rua, porres combinados, primeiras saídas motorizadas, primeiro trabalho, pequenos e grandes amores, viagens, conquistas da vida que compartilhamos cada degrauzinho. Adoro saber pequenas intimidades, medos, segredos, micos, e principalmente podres de cada uma. É um saboroso conhecer.

Dizem que os amores vêm e vão, ficam as amizades. Parece meio amargo para quem ama, namora, ou é casado e tal, mas é a mais pura verdade. Amigo de coração não vai te abandonar nunca. A vida pode te levar para caminhos diversos, mas ela estará sempre ali, ajudando a construir a sua história.

Confesso que os anos me tornaram mais cuidadosa ao me abrir e permitir entrar alguém tão intensamente na minha vida. Às vezes penso que já tenho amigas o suficiente para a vida toda, amigas fiéis, irmãs de coração. Mas volta e meia ainda me surpreendo com uma nova porta se abrindo, e mais uma pessoa entrando. Agradeço por todas elas!

Cito Vinícius de Moraes:

“Mesmo que as pessoas mudem e suas vidas se reorganizem, os amigos devem ser amigos para sempre, mesmo que não tenham nada em comum, somente compartilhar as mesmas recordações. Pois boas lembranças, são marcantes, e o que é marcante nunca se esquece! Uma grande amizade mesmo com o passar do tempo é cultivada assim!”

PS. Este post foi dedicado a Robert. E pra ela fica a tarefa de identificar cada uma enumerada acima! Rô, QUIZ pra você! Eu tô lá… você tb!!

PS2. Mesmo os adjetivos aparentemente ruins, são visualizados de coração e como eu disse, um pouco estereotipados, para poder distinguir melhor cada uma. Não quis chatear ninguém. E se alguém quiser me adjetivar, sinta-se à vontade. Ainn.

PS3. Rô, pensei em postar aquela foto que tiramos versões desde os 15 anos, mas tenho que procurar e tal. E eu amo esta foto aí... acho que expressa mais o futuro, a história seguindo. E amigas, claro. Clara, eu e Mari. Alias, Mari: E lá vamos nós.