terça-feira, 16 de setembro de 2008

- PRESENTES PASSADOS


Amo dar presentes. Sou daquelas que sempre busca presentes especiais, que combinem com a pessoa, quem tenham a ver com a personalidade ou momento. Óbvio que nem sempre consigo agradar, mas eu juro que tento, e com veemência. Adoro ver a expressão no rosto da pessoa ao abrir o embrulho. Logo ali você percebe se gostou ou não.

Aprendi que presente deve ser aberto na hora que ganha. Senão é falta de educação. E é mesmo!

A empregada da minha mãe (agora dizem secretária do lar, mas me desculpem na minha época era empregada mesmo) sempre me irritou. Quando comecei a ter meu dinheirinho resolvi incluí-la na minha pequena lista de Natal. E aí lá ia eu comprar alguma coisa com meu cruzeirinho esmirrado (Ou cruzado? Cruzado real?). Depois entregava o agrado toda feliz, e ela por sua vez quando o recebia, e simplesmente falava “Obrigada.”, enfiava na bolsa, e tchau. - Heeei, não!! Tem que abrir!! “Eu abro em casa.” - Não! É falta de educação, abreee. (criança fala o que pensa, inevitável). Ela me ignorava, levava o embrulho embora e agradecia só no dia seguinte. Grrr. Que raiva.

Todo mundo tem historias de presentes engraçadas, tristes ou frustrantes. Lembram da minha “nova” bicicleta usada? Pois é. Ainn.

Uma vez minha irmã me deu um vestido com o seguinte discurso: “Eu não achei muito a sua cara, mas eu adorei. Então resolvi comprar assim mesmo.” Como assim?? Óbvio que troquei. Ela mesma já comprou sabendo. Doidcha.

Uma que eu não esqueço aconteceu quando eu tinha oito anos. Eu estava na terceira serie do primário e tínhamos feito amigo-oculto. E então quando começou a troca de presentes, eis que o menino mais riquinho da sala tira a fulana e dá de presente um POTE DE GELÉIA! Sabe aqueles com chapeuzinho quadriculado colorido? Esse mesmo. Tadinha. Imagina a frustração de uma menina de oito anos ganhando uma geléia enquanto todos os outros estavam ganhando a agenda da loja da moda? Hahaha.

Tenho outra historia ótima. Meio mázinha da minha parte. Era aniversário do meu irmão e eu estava doida pelo LP (naquela época ainda era o bolachão) do Bruce Springsteen. Como já tinha recorrido aos meus pais e nada, uma nova oportunidade de ter o disco surgiu a minha frente. Umas amigas perguntaram com o que presentear meu irmão no aniversario dele. Ahhh, não tive duvidas: - Compra o LP do Bruce Springsteen! Ele adora! Mentira, ele detestava, mas meu irmão, adolescente na época, morria de vergonha de tudo, e eu e minha irmã que sempre íamos ao shopping trocar os presentes dele, seja tamanho de bermuda, cor de blusa, essas coisas. Então eu já sabia que ele não se daria o trabalho de trocar. Hehe. Dito e feito, ganhou o LP, odiou, e largou mão. Eu dizia pra ele que ia trocar, ia trocar e nunca que troquei, claro. O plano era esse. E fiquei feliiiiz da vida ouvido Born in the USAAAA. Mas como nem tudo é perfeito e a vida às vezes é justa sim, o disco empenou! Sei lá porque empenou rapidinho, e não conseguia tocá-lo na vitrola de jeito nenhum. Castigo, eu sei. Por isso nem reclamei muito.


Já comprei presentes também que nunca dei. De alguns eu me apossei e já outros troquei por algo para mim. Os motivos da não-entrega foram vários. Um namoro que acabou antes do previsto, uma pessoa que aprontou alguma bem antes do aniversáro, ou a falta de oportunidade de encontrar. Sorte minha, azar deles. Aliás, nesse lance de presentes tenho uma regra, no mínimo, curiosa. Toda vez que compro presentes de aniversário para alguém, eu também me presenteio. Eu mereço um presentinho também, oras!

No final das contas é sempre prazeroso presentear. O valor do presente nem importa. O que importa mesmo é o significado dele para a pessoa que vai recebê-lo, e o gesto da lembrança. Nunca compre qualquer coisa, só por comprar. Se está duro, um cartão simpático ou uma caixa de chocolates não oneram muito, e são sempre bem recebidos. E se você não gostar do que ganhou, bote um sorriso no rosto e agradeça. Demonstrar sua frustração é bem mais frustrante para quem o comprou, tenha certeza. Eu mesma já menti inúmeras vezes, aprendi desde de criancinha. - Nossa, amei aquele disco!! -A blusa que você me deu? Já usei várias vezes! É a tal da mentira branca, dizem. Aquela que é pro bem, e não faz mal a ninguém!

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