quarta-feira, 29 de outubro de 2008

- A PRIMEIRA IMPRESSAO É A QUE FICA?


Sou muito intuitiva e tem gente que não gosto de cara. Em geral, com o tempo, vejo que raramente me engano. Não é certo julgar as pessoas pela aparência, mas vai dizer que não funciona assim? E quem não concebe pré-julgamentos ao primeiro olhar, que atire a primeira pedra!

Primeiro reparamos o look em geral. Depois a roupa, o jeito de falar, de se comportar e tal. Têm pessoas que vão mais a fundo: dizem que o sapato revela muito sobre a personalidade, o estilo, o gosto, a classe social. Bom, é verdade que muitas coisas podemos perceber com um olhar mais atento.

Em geral quem usa muito tênis, busca conforto, tênis All star, para quem é descolado, e que finge não estar ligando para moda, sapato de bico fino, provavelmente uma mulher executiva ou mais fresca, rasteirinhas para as práticas e vagando por outras categorias ainda têm os sapatos sujos, para quem não é cuidadoso, sapatos de baixa qualidade, provavelmente para quem não tem muito dinheiro, sapatos impecáveis, para quem tem um quê de perfeccionismo e sapatos medonhos para quem com certeza tem mau gosto. E algumas vezes o sapato é até bom e bonito, mas nem um pouco condizente com o local e ocasião, então podemos arriscar que a pessoa não tem um bom discernimento. E por aí vai.

Pensando bem um olhar clínico descobre vários poréns. Não que seja a impressão certa, mas grande parte da personalidade pode realmente ser descoberta através dos pés.

Mas e se você é pego num dia desprevenido? O sapato abriu na frente justo naquele dia, ou o salto lascou na calcada, ou na pressa não achou o par desejado e foi com o primeiro a mão, pois estava atrasada. Ou você se arrumou para ir para um jantar chique e acabou a noite num barzinho chulé da Lapa, com salto finíssimo em meio aos paralelepípedos? Imprevistos acontecem.

Eu mesma já tive meus dias de maus sapatos.

Uma vez fui à academia e peguei um tênis antigo, porém ainda novinho e de marca boa, eis que me surpreendi descalça, andando sobre o chão com minhas meinhas. O solado do tênis simplesmente soltou, praticamente se desintegrou. Descalça pra lá e pra cá, ainda fui à lojinha da academia buscar um tênis inflacionado em 200%, mas para a minha falta de sorte, não havia o meu numero. Só uma tal chuteira. Me recusei. Ainda descalça, ou melhor, de meias, andei um pouco pelo shopping para buscar um sapato para mim e a única loja que achei era uma de sapatos finos. Agora imagina eu com roupa de ginástica e de salto fino? Mais ridícula impossível. Me recusei. Sem muita alternativa, e sem poder malhar, me resignei, paguei o estacionamento e fui para casa.

Tenho acho que cerca de 80 pares de sapatos, contando sociais, de salto fino, de salto anabella, salto médio, rasteirinha, botas, tênis, chinelinhos e afins. Realmente não sei se isso é muito ou é pouco. A relatividade depende do ponto de referência. Agora me diz... que impressão eu passei para quem me viu justo neste dia, no estacionamento do shopping apenas de meias, e já imundas a esta altura do campeonato? Como me julgariam?? “Ah, olha ali uma louca resolveu sair de casa de meias. E a coitada, ainda é uma porca, olha a cor da meia dela!!”Enfim, eu estaria lascada.

Madonna usou semana passada um sapato com salto em forma de revólver. Foi na mesma semana que estava sendo divulgado o seu divórcio. Seria ela uma pessoa vingativa?

E Imelda Marcos, ex-primeira dama das Filipinas, era famosa por seus mais de 3.000 pares de sapatos. Podemos julgá-la extravagante e fútil?

Zeca Camargo sempre aparece com sapatos hiper diferentes e coloridos. Seria ele gay por ser fashion?

Eu, no meu dia de cão, descalça no meio do shopping, seria uma mendiga perdida na rua?

Depois dessa, revi meus conceitos. Não vou deixar de ter meus julgamentos à primeira vista... Tá doido? Não sou santa e nem de ferro. Mas agora, além de avaliar os sapatos, vou ser mais cautelosa sobre o contexto geral. Hehehe. Nem sempre é o que parece ser. Ou é. Ainda bem que minha a intuição me ajuda.

segunda-feira, 27 de outubro de 2008

- PROMESSA É DÍVIDA. CADÊ?


Eleições definidas, novos prefeitos e vereadores. Agora só nos resta esperar e aguardar o que será cumprido. Dizem que promessa é dívida. Haha, acho que isso não é muito problema para os políticos. Mas enfim... Sejamos otimistas.

Eu não faço promessas. Parte porque não acredito, mas a razão mesmo é porque eu tenho certeza que não vou cumprir. Então nem arrisco. Vai que a parada se reverte contra mim? Sei lá. O máximo que me dou ao luxo é dar os três pulinhos para São Longuinho... eu realmente preciso dele quase que diariamente, e afinal de contas saltitar três vezes não dói.

Normalmente quem promete, oferece algo em troca. Mais do que justo! Mas não se vê realmente grandes sacrifícios. Hoje as pessoas ficam sem fumar por um mês, ficam sem tomar coca cola, comer chocolate ou coisas assim. Mas isso é realmente sacrifício? Vale o quanto pesa? Então assim, se eu conseguir tal emprego, não como chocolate por um ano. E Deus com isso? E o Santo? Vão pensar o que? “Ahhh legal, vai rolar uma dietinha forçada, você tá precisando mesmo.” Ou então, vou parar de fumar pra sempre. Daí eles pensam: “Hum, melhor assim, porque aí evita o câncer e eu não tenho que ouvir uma nova promessa pra se livrar da doença...”

Acho as promessas engraçadas. Alguns prometem distribuir docinhos no dia de Cosme e Damião. Alguns não. Muitos. O que mais se vê todo santo dia 27 de setembro é um bando de crianças se empanturrando de maria mole, paçoca ou cocozinho de rato (aquele docinho branco). Fiz minha parte, e ponto. Promessa paga! Rendeu o que? Mudou o mundo porque deu um monte de docinhos mixurucas? Alimentou crianças pobres? Vai pagar consulta nos dentistas para as cáries? Acho que não. Porque ao invés de sair distribuindo saquinhos na rua, não doa algo bacana para quem precisa? Porque não faz alguma caridade ao longo da vida e não apenas um dia do ano? Sempre me questionei quanto a esses docinhos duvidosos distribuídos por fiéis agradecidos. Quero não, obrigada.

Tem a famosa promessa de subir os degraus da Igreja da Penha de joelhos. A Igreja ganhou nova iluminação esta semana e está linda. Subir os 382 degraus de joelhos é dureza, e deve ser passaporte direto para o ortopedista. O pedido tem que ser realmente importante e valer a pena. Mas se pensarmos bem, um sacrifício de cerca de uma hora e meia, em troco de uma ótima saúde do filho, por exemplo, é uma barganha, né não?
Há alguns anos passou na TV imagens do Didi, Renato Aragão, pagando uma promessa. Não sei qual foi o pedido, mas ele teve que escalar o Cristo Redentor até o ombro. Pô, maneiro. Quem lembra? Com helicópteros, apoio da prefeitura, da Globo e super hiper bem seguro e assessorado, até eu queria. E sem ganhar nada em troca.

E quem lembra do Zé do Burro no filme Pagador de Promessas? Ahhh esse sim, sabia o que era sacrifício. Em troca da reabilitação do seu burro, prometeu carregar uma cruz imensa nas costas, lá da terrinha dele, até Salvador. Daí ao chegar, conta ao padre o motivo de sua ida, e por ter feito o pedido em um terreno de Candomblé, tem sua entrada vetada pela Igreja Católica. Persistente e irredutível, consegue apoio daqui e dali, de pessoas com interesses diversos, gera maior confusão e acaba morrendo em meio a conflitos. Final triste. Na última cena do filme, os manifestantes colocam o corpo morto de Zé em cima da cruz e entram à força na Catedral. Promessa paga!

Olha não tô aqui para condenar os que fazem promessas. Dizem que a fé move montanhas. Acho importante ter fé e querer algo com muita veemência. Cada um com seu cada um. Mas acho também que não devemos deixar a responsabilidade toda nas mãos dos “santos” e barganhar miserês em troca. Há de ter uma parcela de participação. Eu sou mais aquela: Se Maomé não vai a montanha, a montanha vai a Maomé! E como sabemos que as promessas dos políticos foi o motivo deles se elegerem, cabe a nós, os “santos” que os colocamos lá, diretamente ou não, pedirmos nossos docinhos em troca!
* Filme O Pagador de Promessas, de 1962, foi escrito e dirigido por Anselmo Duarte, baseado em história de Dias Gomes. Na foto os atores Leonardo Villar (Zé do Burro) e Glória Menezes (Rosa).

quinta-feira, 23 de outubro de 2008

- PARA HOMENS “MODERNOS”: POLE DANCING E CALCINHAS COM GPS


Duas noticias que li recentemente no jornal, me deixaram passada. Não sei se sinto vergonha ou raiva de tamanho retrocesso da sociedade em apresentar assuntos absurdos de forma tão fugaz.

O primeiro deles, dizia que mulheres estão aprendendo danças sensuais, para desestressar os maridinhos que estão sofrendo muito com a crise econômica. Como assim??? A crise econômica, as bolsas despencando, o dólar incontrolável, e o risco de recessão na economia mundial só afetam os homens? Porque? Nós, mulheres, estamos aonde? Na cozinha, preocupadas com o feijão? Costurando meia ou lavando cuecas? Peloamordedeus!

Uma notícia como esta, primeiro, me dá raiva da pessoa que criou a pauta. E depois do editor que aceitou e do jornalista que se prestou a fazer tamanho papelão em escrever uma matéria dessas. E desgosto de quem criou esses tais cursos e das mulheres que se prestam a este papel. Mas não importa. O que fico mais indignada é com a redução do papel da mulher na sociedade. Então vamos exigir que os homens aprendam a pole dance pros dias de estresse? Não quero saber se trabalhou o dia inteiro, se tá cansado, nem nada... Dança aí! Olha a crise econômica! Fez o curso? Aprendeu direitinho? Dança aí! Dança aí! ARG!

A outra noticia dizia que brevemente será lançada numa feira sei lá das quantas (porque realmente não me interessa!!) uma linha de lingeries com GPS, para “agradar”maridos ciumentos. Pera aí, eu li isso mesmo? É isso aí, as calcinhas e sutiãs vêm com um rastreador embutido para os bonitinhos saberem exatamente onde suas mulheres estão. E cada passo ainda poderá ser monitorado por mapinhas através da Internet! A empresa que inventou a tecnologia para as tais lingeries, explica que a novidade foi uma evolução dos GPS disponíveis no mercado para monitorar idosos com demência e cachorros. É. Para aceitar isso só pode mesmo ser uma mulher demente ou cachorra!!

Vou dizer mais, tenho amigas muito bem sucedidas profissionalmente, donas do próprio nariz, do próprio negócio ou da própria carreira, e que ganham e vivem muito bem obrigada. Melhor que muitos amigos homens da mesma idade. Então, quando virem notícias assim, que depreciam as mulheres, por favor... se pronunciem, se irritem, gritem... sutiens não foram queimados à toa. Foi uma luta longa e árdua para chegarmos ao patamar de igualdade de hoje. E que em muitas ocasiões, infelizmente, ainda não é o mesmo.

E querendo ser feminista, porque sou mulher e tenho direito, cá pra nós, as mulheres são muito mais poderosas. Além de terem carreira e ganharem dinheiro, gerenciam suas casas, cuidam dos filhos e ainda arrumam tempo para se manterem bonitas e femininas para o mundo. Nosso único defeito é que não vivemos sem os homens. Não mesmo!! Ô coisa boa e complicada da nossa vida. Mas aí já é oooooutro papo.


I'm a bitch, I'm a lover
I'm a child, I'm a mother
I'm a sinner, I'm a saint
I do not feel ashamed
I'm your hell, I'm your dream
I'm nothing in between
You know you wouldn't want it any other way…
... So take me as I am
This may mean
You'll have to be a stronger man…
. BITCH – MEREDITH BROOKS

quarta-feira, 22 de outubro de 2008

- ME DEIXA VIVEEER... dicas úteis e fúteis.


- Assisti essa semana o dvd do Homem de Ferro. Na verdade peguei assim meio descrente, tipo... foi o terceiro filme que coloquei embaixo do braço, sem pretensões, sem expectativas. Surpresa!! O filme é ÓTIMO!

Para quem não lembra, o Homem de Ferro, da Marvel, foi criado, em 63. Tony Starks é um homem inteligentíssimo, grande inventor e dono das empresas Starks. Capturado na guerra do Vietnã, desenvolve uma armadura para conseguir escapar. Já livre, decide aprimorar sua invenção, e usá-la em beneficio da humanidade. No filme, o protagonista é Robert Downey Jr. Excelente no papel. O homem de ferro é um rico excêntrico e fanfarrão, papel que se encaixou como uma pluma em Robert. Adaptações fazem o empresário ser capturado no Afeganistão, ao invés do Vietnã. Galera, bom mesmo. O final então, não tem como não gostar.

Ah, e as primeiras cenas começam ao alto som de Back in Black, do AC/DC, que eu amooo. Rock’n’roll total! Até para que não gosta, há de concordar... sonzão!

- O calor tá chegando ao Rio, o que é muitcho bom. Mas junto com o sol, praia, cores alegres, suadouro, e blábláblás do verão, vêm os mosquitos. Eca. Eu já comprei minha raquetinha maxi-exterminadora. Haha. Aquela que vende em camelôs e sinais. Geeeente, o mosquito vira farofa. Tsssss. Uma chamuscada, uma luzinha, e descarga elétrica nele! Haha. Politicamente correto? Claro que não, é sádico eletrocutar o bicho. Mas evita as picadas, e confesso que dar umas raquetadas é até bem terapêutico.




- Para quem gosta de futebol, descobri uma loja óóótima, que faz réplicas de camisas de futebol de diversos times: Liga retrô. As réplicas são inspiradas em times inesquecíveis, em partidas marcantes, ídolos e momentos que fizeram a história do futebol mundial.

As camisas ainda vêm com um cartão que conta histórias e curiosidades sobre cada réplica, redigidas pelo jornalista Paulo Vinícius Coelho - colunista da ESPN e do Lance. Tem dica melhor de presente pra homens, que sempre são uns chatos? Hahaha.

Desculpe, não quis soar feminista, mas dar presentes pra homens realmente é uma tarefa difícil. Mulher fica satisfeita com qualquer brinquinho, uma blusinha, lingerie, camisola, sapato, bolsa, enfim... já homem, aff. Então aí vai a dica para todos: para homens e para as mulheres que querem presenteá-los. Ah, para as amantes do esporte, tem também uma linha feminina. Vende pelo site: http://www.ligaretro.com/

Ps. Não ganho royalties para indicar o filme, não ganho comissão de camelôs pelas raquetinhas, muito menos desconto na loja das camisas. Mas o que é bom, vale indicar, né não?
PS2. Playlist com AC DC. Olha, só coloquei três músicas, as mais conhecidinhas, vai. Antes de alguém vir reclamar que é rock pesado, na na ni. É rock do bom!

segunda-feira, 20 de outubro de 2008

- SÓ VIM PARA DANÇAR


Queria ter mais tempo para me dedicar à redação. Mas o corre e corre, o trabalho, as preocupações, o cansaço e outros afazeres e prazeres, me impedem de me empenhar mais do que gostaria.

Depois que comecei o blog, várias amigas* me confessaram o desejo de escrever também. Dou maior apoio. É terapêutico, prazeroso e além de criarmos uma cumplicidade com as pessoas de uma forma quase instantânea e única, e pessoas até que nem conhecemos.

Mas não é fácil. Quer dizer, fácil até é para quem curte e sabe escrever, mas demanda tempo. E o tempo, hoje em dia, é raridade em nossas mãos.

Pra começar, primeiro deve-se pensar em um assunto. Alguns simplesmente fluem e saem como um enxame voando afoitamente para uma colméia de idéias. Ui que brega, mas não vi metáfora melhor para descrever o turbilhão de palavras que borbulham na cabeça, e que me fazem querer correr para o computador em certas situações.

Outras vezes dá branco total, e nada parece agradar. Quantos textos já comecei e abandonei pela metade, por achar que não rendeu o que eu esperava?! Delete! Outros comecei de uma maneira e desvirtuei o assunto de tal forma, que a idéia inicial nem apareceu mais na tela.

Bom, e alguns assuntos precisam de uma prévia pesquisa para um melhor embasamento. O que faz demorar mais um pouquinho.

Enfim, pauta decidida, informações na cabeça: mãos à obra! Um sonzinho para animar os dedos no teclado e vamos lá. Escreve, escreve, escreve, mexe aqui, apaga ali, copy/ paste parágrafos para organizar melhor. Correçõezinhas aqui, ihhh, mais outras ali. Pronto. Agora um título. Hum... e uma foto para ilustrar. Nova pesquisa. Preciso de idéias. Achei! Concluído? Quase. Mais uma lida, para a aprovação final. Pronto!! E assim nasce mais um POST.

E então vem o comprometimento de manter o blog em dia. Daqui a três ou quatro dias, tem que escrever de novo. É, meu amigo, ta pensando o que? Quem vai voltar a sua página desatualizada? Se eu fico mais de cinco dias sem dar notícias, já começo a receber mensagens, tipo: “abandonou?” Ou:” Escreve mais. Tô querendo ler, Dani”. Alguns ainda me ligam: “Escreve, garota!!” Ain. Tá, tá. Eu também quero escrever mais, mas não consiiiiiiiiiigo. Hahaha. Reclamo não. A pressão é boa. Estimulante.

As sugestões sobre assuntos também são recorrentes entre os leitores. Fala sobre isso, escreve sobre aquilo, ouço sempre. Acho legal. Já o meu pai acha que aqui é tipo um disque-denúncia, hahaha. Ele quer sempre que eu retrate algum fato injusto que aconteceu com ele. Mas e comigo não? Vivo as voltas brigando, berrando e me estressando com serviços mal prestados (odeio telemarketing), vivo me decepcionando com atitudes de pessoas que esperava mais, vivo reclamando das injustiças do mundo... mas não dá pra falar só sobre isso, né? Infelizmente é preciso abstrair, senão piramos. Ligar para o disque-denuncia, para defesa do consumidor, pro Procon, pro Bat-fone ou até pra Deus, se ele tivesse uma linha direta, não ia adiantar mesmo. Escrever muito menos. Só para desabafar e vá lá. O que até acontece de tempos em tempos.

Bom, a descrição de como nascem os meus posts é pessoal. Não sei como é o período de gestação dos outros, pois sou blogueira novata e conheço meia dúzia de três (haha) que escrevem. Na verdade, apesar de ser jornalista, nunca parei para perguntar sobre o processo criativo das pessoas. Até gostaria de ouvir outras opiniões.

Para mim os textos são assim: uma porta que o escritor abre em sua mente e convida quem quiser entrar. Uma invasão à intimidade, porém, permitida e bem quista. Pois, por mais que o texto seja sobre assuntos aleatórios, o leitor sabe como o escritor pensa, e com uma percepção um pouco mais apurada, não demora a definir traços da personalidade de quem escreveu.

Talvez por isso seja terapêutico, porque abrimos nossas almas e conversamos com uma folha em branco sem medos, e sem restrições. Hummm... restrições sim, mas a assuntos, e não a palavras. Assuntos controversos e polêmicos são mais cansativos, sei que por vezes necessários, mas é bom também falar sobre banalidades da nossa vidinha cotidiana. Afinal, não estou aqui para ser sempre politicamente correta, até porque eu não sou! Em geral, venho só para me divertir. Baila comigo?

* Nicole, Roberta e Ana Paula.... cadê?

sábado, 18 de outubro de 2008

- CADÊ O QUEIJO QUE ESTAVA AQUI?

Um belo dia apareceu um rato no meu trabalho. Ai que desespero. Um horror! Sei que é casa, sei que é passível de vir da rua e tal, mas aqui não violão. Fiquei tensa demais... Em dez anos de casa nunca tinha aparecido um rato que fosse, e barata nunca foi problema. Pra não mentir, raras vezes, no verão, aparece uma ou outra petulante, voando da rua. Bom, daí não tem como evitar. Urg. Mas nem quero falar sobre isso. Voltando ao rato... A medida? “Dois-meia-nove, meia-nove, meia-nooooooove, insetisaaaaan. É um pouco mais caro, ahhh, mas é muito melhor.” INSETISAN NELE!! Quem não lembra da propaganda??

Primeiro a visita do biólogo. Daí o cara, pra mostrar serviço, quer me explicar tooodos os tipos de ratos existentes, detalhadamente. Tem o de telhado, o de esgoto e o camundongo, um é assim o outro assado. Eca, moço, tá bom, tá bom, explica muito não.

Na verdade o rato aparecia à noite e depois sumia. Era visitante noturno havia já umas duas semanas, acho. Mas soube que o vizinho, três noites antes, tinha matado um rato, o que eu supus que fosse o tal, pois desde então nunca mais houve vestígios. Enfim, sendo o rato do vizinho o mesmo que o meu ou não, achei melhor não arriscar. In-se-ti-san.

Como tudo na minha vida eu fuço na Internet, neste caso não foi diferente. O assunto aguçou a minha curiosidade sádica de pesquisar no google tudo sobre os roedores: tamanho, características do corpo e informações gerais. Bem informada, serviço contratado, cheia de armadilhas pela casa e ainda com a garantia de visitas regulares da detetizadora, me senti aliviada.

Porém meu olhar sobre o tal bicho mudou. Sempre achei horrível, claro, mas outro dia vi na TV propaganda do filme Ratatouille, e fiquei com eca total. Com certeza é da espécie de rato de telhado conhecido como rato preto: orelhas grandes e salientes, focinho afilado, rabo comprido, é dotado de habilidades para escalar, equilibrar-se e roer, e habita o forro das casas, os depósitos e armazéns (sei tuuuudo). Esse é o “queridinho” Ratatouille, que aparece num restaurante, mete a mão na comida, se torna um grande chef de cusine com final feliz para todos. EEEECAAAA. Tem história mais nojenta? Tem sim. E também em longa infantil.

No filme Encantada, da Disney, em certo momento a princesa está em NY e resolve arrumar o apartamento do mocinho. Abre a janela entoa seu cântico alegre, só que ao invés de atrair passarinhos, esquilos e coelhinhos, como Branca de Neve, atrai ratos de esgoto, pombos e baratas. E todos juntos cantando e dançando deixam o apartamento um brinco! Limpinho da silva. EEECAAA. Tem uma hora que a Encantada canta com três baratas na mão. Até fechei os olhos.






Mais? Acho melhor não. E isso lá é coisa pra se mostrar pra criança?? Irkat. Nem pra adulto, pelo amor de Naná! Mas confesso que mesmo tendo fechado os olhos em vários momentos da canção Happy Working Song, achei a idéia de um sarcasmo espetacular! Alias, adorei o filme. O roteiro me surpreendeu.

Parece que adoram fantasiar a imagem dos ratos para as crianças. Ao invés de mostrarem que são sujos, transmissores de doenças, e asquerosos, passam a imagem que ratos são bonitinhos e amiguinhos! Desde poemas: O rato roeu a roupa do rei de Roma! Coitado. À brincadeirinha: Cadê o queijo que estava aquiii? O rato comeu. Cadê o rato? O gato comeu, pô! Até o conto sinistro do flautista de Hamelin, que leva uma rataria sem fim para fora da cidade. Ui. Mickey Mouse? Rato também, eca. Jerry (do Tom), outro rato, eeeeca.

Pânico de rato!! E olha que eu nem vi o bicho. Me custou uma fortuna (carooo)! Mas não tô nem aí. Foi um dinheiro bem empregado e agora posso dormir tranqüila. O rato se foi e ficou o trauma. De deux maux il faut choisir le moindre -> Dos males o menor.

PS. No playlist, MICHAEL BUBLÉ, cantor canadense.
Ele é jovem e consagrou-se como grande cantor de jazz, mas às vezes toca pop também. A musica Everything eu AMOOOOOO! L-0-V-E tb! Ouçam!

Vai rolar show dele no VIVO RIO agora 22 de novembro, a preços bilhardários. Ain.

sexta-feira, 17 de outubro de 2008

- BRASIL X COLÔMBIA + MONOBLOCO


Lá fui eu, super disposta e animadíssima. Fui de patroa (hahaha, que termo brega), cadeira cativa, microônibus com ar e deixando na portinha, sem estresses e feliz da vida.

Logo que cheguei, showzão do Monobloco. O que, aliás, foi o que me motivou a me despencar pra assistir uma partida de futebol.

É hoje o diaaaa... da alegriiiiiaaaa... lá lá lá lá láááá. Monte de músicas. Pulo, canto, danço... sou batuqueira, oras!


Acabou o show. Falta ainda uma hora.

Euuuuuu, sou brasileiroooo, com muito orgulhoooo, com muito amoooooooor. Êêêêêê!

Ronaldo fenômeno chegou no Maraca, ouço... Onde? Onde? Só vejo a cabine com o Falcão, Arnaldo César Coelho, Júnior na do lado... Ainda bem que não vi o Galvão, eca.

Ooooola. Oooooola. Fiz a ola, claro. Rodou umas cinco vezes o estádio, e no final já tava me perguntando até quando esse levanta e senta ia continuar. Mas vamos lá. Animada. Animada.

Ouviram do Ipiranga às margens plááácidas... de um povo heróico um brado retumbante.... todos cantando orgulhosamente, em alto e bom tom. E ainda muuito animados.

Já já ia começar o jogo. Confesso que não sei metade do nome dos jogadores e espertamente levei um radinho de pilha. Sempre vi na TV vários torcedores com radinho no ouvido. Sábia idéia. Ainda mais pra uma leiga que nem eu, que mal acompanha a Copa do Mundo.



Apresentando a seleção brasileira: Júlio César (clapclap); Maicon (clap), Lúcio (clap), Juan (clapclap) e Kleber (clap); Gilberto Silva (clap) , Josué (clap), Elano (clap) e Kaká (clapclapclap); Robinho (clapclapclap uhú êêêê); e Jô (clap)
Técnico: Dunga (entre claps e vaias) No rádio o cometário: O anãozinho ainda insiste. Bora ver!!

Apito e bola em campo.

Já tinha sambado, cantado, tirado fotos, tomado cerveja, comido cachorro-quente... ah tá, agora tá na hora do jogo.

Aiiii. Uiiii. Não não não nããããão. Ufaaaaa. Corre corre corre. Vai vai vai! Cadê?? tem ninguém ali... tá passando pra queeeem??? Burrooo! Corre, corre. Ahhhhhhhhhhh. Hummm.... marca marca! Pega! Falta! Corre corre! Ih, ta pipocando...

Estou poupando vocês dos mil palavrões que pontuavam cada comentário.

A torcida parecia prever o que estava por vir, pois logo desde os 15 primeiros minutos de jogo já estava vaiando o desempenho dos jogadores.

Intervalo. Opa, cadê o Monobloco? Não voltou. Arg.

Segundo tempo, sem substituições. E o time brasileiro que inicialmente pareceu ter voltado na pressão logo se mostrou fraco, perdido, bem marcado. Kaká sem mostrar a que veio, Robinho inexpressivo, Julio César até razoável quando solicitado... os outros não lembro bem, pois já disse que me perco quem é quem, mas sei que todos estavam ruins!

E mais os erros de passes, tentativas de finalizações risíveis, time jogando na retranca...

Zero a zero ainda e a galera se irritando. Gritei junto!
ROBI-NHUU, VIA-DUU (quando ele pediu pra sair).
ADEEEEEUS DUNGAAA, ADEEEEEUS DUNGAAA.
O-BI-NAA, O-BI-NAA (o cara não tava nem escalado, mas fui na onda).
OLÉ...OLÉ... OLÉÉÉÉ...

Mancini, Pato e Thiago Silva não alteraram em nada.

Tinha uma torcida colombiana bem perto de nós. A mais empolgada. Também, pudera.

Com 15 minutos para terminar e o estádio começou a esvaziar. Ah não!!! Isso é derrotismo... Vamos lá, ainda tem tempo!! Animadinha e ainda esperançosa.

Olé... olé... olé... olééé. Aiiii. Uiiii. Não não não nããããão. Ufaaaaa. Olé... olé... olé... olééé.

É, não tem jeito.

Píííííííí. Fim de jogo.

Úúúúúúúúúú.

Saco. Time ruim. Robinho: Ciscar apenas não adianta, você jogou muito mal! Kaká: Craque que é craque consegue resolver o jogo até em lance isolado! Você já foi mesmo o melhor do mundo? Gilberto Silva: Você estava jogando? Nem vi! Dunga: Pede pra sair!!

Aquela que não entende nada de futebol, vai por causa do show do Monobloco e sai xingando todos os jogadores, e ainda dando dicas de técnica, como se fosse uma exímia expert no assunto.

Ué, mas todos os torcedores não são assim?

PS. Post em homenagem a Zandra. Fotógrafa oficial.

terça-feira, 14 de outubro de 2008

- NEM OITO NEM OITENTA


Essa semana passou o dia das crianças. Não ganhei presentes. Humpt. Desde cedo reivindico esta data. Ao invés de registrarem dia dos filhos, escreveram dia das crianças. Tem dia dos pais, das mães, dos avós, e cadê o dia dos filhos? É o dia das crianças, oras. Tá implícito! Escreveram errado! Será que nunca ninguém se deu conta disso?

Meus pais se referem a mim e a meus irmãos como crianças. As crianças vão bem... blábláblá. Pra eles seremos eternas crianças. Quando convém, claro.

A idade é muito relativa e varia de acordo com o dia, humor, interesse.

Tem dias que me sinto uma garotinha, outros... uma velha cansada. Natural. Mas a verdade é que não sinto que tenho a idade que tenho. Uma balzaquiana bem resolvida, porém inconformada.

Procuro rugas no espelho, atitudes mais maduras, postura mais séria, roupas menos joviais... mas na na ni. Me sinto ainda com 20 anos, só que agora estabelecida no trabalho, morando sozinha, independente e mais madura.

Dizem que a gente reconhece a idade das pessoas pelas mãos e pelo pescoço. Tenho sorte de ser morena e minha pele envelhecer mais devagar. Minha mão? Ótima ainda. Dou espiadelas em mãos de amigas da minha idade, ou até mais novas, e confesso que a minha está muuuuito melhor do que a maioria. Bom!

A cabeça também ajuda. Me sinto jovem, sou brincalhona, estou sempre rindo, faço piadinhas, dancinhas no meio da rua, ouço músicas no último volume, canto pra lá e pra cá e estou sempre disposta a aprender algo novo. Pô, noviiinha!

Mas daí outro dia assisti a uma entrevista da Marília Gabriela com algum ator coroa, que não me lembro quem, e eles conversavam sobre idade. Os dois confessaram que não se sentem com a idade que tem, e acham que ainda tem 20 e poucos. Como assim??? EU também tenho a mesmíssima sensação!! A diferença é que ela tem quase 60, e o cara quase 70. Me quebrou! Será que vou virar velha cocota, me achando novinha também? Será que já sou velha cocota? Ui, que meda.

Tenho 35 e aparento 25, 26. Hei, não sou eu que digo, são os outros. No trabalho diariamente ouço um: juuuuuura? Pois é. Ainda estou enganando bem. Rsrsrs.

Mas a idade às vezes pesa. Quando me chamam para certas coisas, de um minuto para outro passo de 20 para 50 anos. Ai, que preguiça. Tá tarde, vai estar cheio, tem fila, não quero chegar tarde em casa. Velhotinha total.

Quando criança eu imaginava uma mulher de 30 anos uma senhora. O que na verdade antigamente acabava sendo uma realidade. Mas os tempos mudaram, os cosméticos evoluíram (hihi) e até pelas atitudes, as pessoas envelhecem mais devagar.

Hoje me preocupo que tenho que ter em casa uma toalha de mesa bordada de linho porque tem que ter! Imagina, se for fazer um jantar chique? Tenho que me preocupar em tirar correndo da minha sobrancelha o único fio branco que cisma em nascer de tempos em tempos. Pra viajar, nem cogito a possibilidade viajar de ônibus, com grana apertada e tal, credo. Ou viajo direito, ou não viajo. Coisas assim que distinguem as diferenças da idade. Imagina se aos 20 me importava com alguma dessas coisas? Coisa de gente velha e fresca!

Mas ainda assim, me sinto mais jovem do que sou. O tempo passa, e o espírito ganha mais experiência, a vida mais conforto, e aí então que é a melhor época para aproveitar com 30, o que não se podia fazer com 20... e praticamente com mesmo vigor.
A idade está na cabeça. Então eu e Marilia Gabriela ainda temos 20 e poucos. E ponto.
E você, que idade você tem?

PS. Para não dizerem que não coloco músicas nacionais, o playlist hoje está só com músicas que eu adoooro. Em especial a nova do D2: Deixa...Deixa... Deixa eu dizer o que penso desta vida, preciso demais desabafar.
PS2. Se a música tiver parando toda hora, dá um pause e espera terminar de carregar, e depois da play direto. Sorry, não entendo muito dessas coisas e é assim q eu faço pra ouvir.
PS3. Deixei ainda embaixo o player do post anterior, pq as músicas são bacanas e vcs podem curtir um pouquinho mais.
* Foto DJ Master Yoda

domingo, 12 de outubro de 2008

- ME DEIXA VIVEEER... Que rock é esse?

-> KID ROCK


Já falei de música aqui algumas vezes e de manias. A mania de ouvir a mesma música mil vezes me pegou há uma semana. Não sei até quando vai durar. Então resolvi dividir uma música que eu adoooooro, e já ouvi 86.343.673.832: All night long, do Kid Rock.

Rock, country music e rap se fundem e formam o estilo de Kid Rock. O cantor volta e meia está envolvido com processos de agressões, brigas, histórias de sexo com strippers, vídeos pornôs... Atitude rock’n’roll é isso aí.

Eu ia postar o videoclip. Mas confesso que mulheres de biquíni, tatuagens e guitarras ficaram clichês demais para a minha boa vontade. Mas a música vale. Amooo. É a primeira no player ao lado

-> QUE ROCK É ESSE?

Fiz uma deliciosa descoberta esta semana. Assisti no Multishow um programa chamado Que rock é esse? Apresentado por Beto Lee (filho da Rita Lee), o programa mostra a evolução do rock internacional através dos anos, movimentos, influências e das bandas que marcaram o gênero. Vi o episódio sobre o nascimento do estilo grunge com bandas como Soundgarden, Pearl Jam, e a ícone-mór Nirvana, de Kurt Cobain.

São apenas 13 episódios. Mas a boa notícia é que o “Flanelas em fúria” foi apenas o primeiro deles. Os que vêm a seguir: "Todo poder das mulheres/Super Poderosas (Girl power)", "Aumente o volume (As guitarras)", "O som das trevas (Dark/gótico)", "Chá com guitarras (Brit Pop)", "Metal Pesado (Heavy metal)", "Caras e bocas (Posers)", "Ritmo e Poesia (Black Music)", "Faça você mesmo (Punk rock)", "Novas ondas (Pós-punk/new wave)", "Flower power (Hippies e suas influências até hoje)", "Correndo por fora (Alternativo)" e "Emoções eletrônicas (Emo/eletrorock)".

QUE ROCK É ESSE? Multishow. Quintas às 22h45. Ahhh, não tem como não dar uma espiada! * foto Beto Lee

-> SLASH

Acabei de lei a biografia do Slash. Para quem não o conhece ou não está ligando o nome a pessoa, ele é aquele ex-guitarrista do Gun’n’Roses, que tem uma cartola enterrada na cabeça cobrindo os olhos e cabelos por toda parte.

O livro conta caso típico de músicos que se juntam para formar uma banda. Caras novinhos que, por acaso chegam ao ápice sem preparo nenhum, se deslumbram com a fama e o que ela trás, e então começa a disputa de egos, contratos e dinheiro que desvirtuam o objetivo original de fazer música, o que acaba por trazer o fim da banda. Nada muito diferente do que já ouvimos.

Descobre-se que o Axl Rose é um perturbado egocêntrico, fala-se sobre as rixas entre as bandas Glam metal do final dos anos 80 (eu chamo de rock farofa, com muitos cabelos compridos, maquiagem, jeans rasgados e bandanas), a tentativa de um novo som e a transição para o início dos anos 90. Além de histórias de bastidores, drogas, sexo e rock’n’roll, claro.

Adorei o livro. Relato sincero, e apesar das muuuitas doideiras, ele parece um cara legal. Um doido com noção. Haha. Gostaria de conhecê-lo. Engraçado que durante a leitura, volta e meia me pegava cantarolando Welcome to the Jungle e Paradise City. Hits que tooodo mundo cantava na época.

Outra curiosidade é que o Slash, ao contar sua história, em várias ocasiões fala: bom, este é o MEU ponto de vista, não digo que esteja certo ou errado. Fulano (Axl, ou Duff, ou quaquer outro) pode ter outra versão, que não é nem mais nem menos verdadeira. Ou seja, ele conta o que acha, mas ao mesmo tempo tira o corpo fora para evitar qualquer problema. Boa!

Hoje Slash está com a banda Velvet Revolver, basicamente com os mesmo intregrantes do Guns, sem o Axl. O som ficou mais pesado e é só para quem gosta de rock mesmo, pois quem espera algo parecido com rock farofinha e um cabeludo de longas madeixas loiras rebolando, vai se decepcionar.

-> Foi lançada recentemente a biografia da Amy Winehouse, que tem apenas 25 anos. Não li. Tudo bem que a cantora inglesa é totalmente desequilibrada e escândalos, drogas, depressão e bulimia estão nos jornais diariamente. Mas como assim biografia aos 25?

-> Me falta tempo, me falta tempo, me falta tempo! Ainnnn.

PS. Ao mencionar Rock farofa, é apenas uma referência minha, pessoal, ao estilo. Não que eu não goste. Adorava Gun’n’Roses, sempre gostei de Bon Jovi (É vero!haha), e até tinha uma música do Poison eu amava. E bora combinar que o Aerosmith entrou para a categoria farofa por um longo período, com Steve Tyler purpurinado. Mas ainda assim eu amo Aerosmith e considero o disco PUMP como um dos meus preferidos.

PS. Coloquei no player ao lado várias músicas referentes a este post. Divirtam-se.

domingo, 5 de outubro de 2008

- UM OLHAR PARA O ORIENTE


Glória Perez resolveu fazer a próxima novela das oito sobre a Índia. Parece que descobriu a pólvora. Fala da cultura indiana como se fosse Cristóvão Colombo em terras novas. Isso porque a maldita novela ainda nem começou. Chata!

Sempre tive fascinação pela Índia. De um lado maravilhas arquitetônicas, arqueológicas e antropológicas, de outro miséria e pobreza em formas desumanas e inimagináveis.

A civilização indiana é uma das mais antigas do mundo e possui mais de um bilhão de habitantes. Muita gente! Só perde para a China. Língua, casta e religião desempenham papel importante na organização social e política deste país. Um respeito às tradições fora dos padrões conhecidos por nós ocidentais.

Em 1995 li um livro pela faculdade chamado: Na pele de um intocável. Amei! O livro conta a história verídica de um jornalista francês, Marc Boulet, que vive durante seis meses na Índia como um intocável, um pária da sociedade indiana.

Lá funciona assim: originalmente existem quatro castas fundamentais. Os religiosos e nobres (Brâmanes), os guerreiros (xárias), os camponeses e comerciantes (vaixias) e os escravos (sudras). Hoje, já se subdividem em várias outras castas. Mas os párias (dalits), não pertencem a nenhuma delas. Eles estão à margem do sistema e são conhecidos como intocáveis, pois realmente não podem ser tocados ou tocar alimentos, roupas ou nada que vá “contaminar” as outras castas. A eles sobram os serviços ditos impuros como cuidar dos mortos e limpar latrinas. São tipo o mosquito do cocô do cavalo do bandido.

O pior do sistema de castas é que ele é hereditário. Não tem como escapar. Não pode haver aspiração ao crescimento, seja profissional, social ou mesmo espiritual, porque ele nunca ocorrerá. Nasceu assim, vai morrer assim. Seja bom ou ruim. E apesar da discriminação em função das castas, hoje, ser proibida pela constituição indiana, o sistema continua sendo praticado por mais de 80% da população do país. Uma loucura!

Pois é, o tal francês abdicou de tudo e foi viver na Índia como intocável. Relatos chocantes, onde sistema de casta é levado à máxima regra, impressionam. Desde então minha curiosidade pela Índia só aumentou.

Então em 2001 assisti ao filme Casamento à indiana. Espetacular. Alegre, colorido e festivo o filme mostra um outro lado da Índia. As tradições e religião são traços marcantes, porém mostrados com humor e leveza.

Depois deste filme lá fui eu novamente me embrenhar pela cultura indiana. Vocês sabiam que uma das atividades mais desenvolvidas na Índia é a indústria cinematográfica? Bollywood (trocadilho por ser sediada em Bombaim) é a maior produtora de filmes do mundo, superando o número de produções hollywoodianas. São em média de 800 filmes produzidos por ano! Os filmes têm muita música e dança e eu achei a maioria que assisti cômica e tosca. Mas o que é cômico para mim, não é para eles. A média semanal de público chega a 150 milhões de espectadores! E o cinema brasileiro aqui minguando e comemorando o pequenino crescimento. Tadinho, vejam só.

Mais tarde fui contratada para prestar assessoria de imprensa para um restaurante indiano. Hummm. Para escrever releases e colocar a criatividade em prática fiz muita pesquisa sobre a culinária e mais uma vez sobre os costumes do país. Com dicas da proprietária indiana, e com embasamento histórico, foi um período de ótimo aprendizado.

Aprendi, entre outras coisas, que o famoso curry na verdade nem existe na Índia. Ou melhor, existe, mas com outro nome. O nosso conhecido curry em pó, por lá, chama-se marsala, que é uma combinação de especiarias. O tempero pode reunir mais de trinta ingredientes diferentes, sendo cúrcuma um deles, e o responsável pela cor amarela característica.

Não se encontra na Índia referências a uma especiaria ou mistura com o nome de curry. Lá, curry é o nome que se dá a ensopados: cozidos de legumes, frango ou peixe em molho picante de especiarias. Sacou?

Eu estou sempre em busca de documentários ou livros que me dêem oportunidade de explorar cada vez mais esta cultura: a religião, os zilhões de Deuses, o Taj Mahal, os macacos e vacas que circulam livremente pelas ruas, templos de adoração absurdas onde ratos comem com os fiéis... tudo me fascina. Na minha casa tenho clara influência indiana na decoração. No meu trabalho sempre que aparece um hóspede inglês de origem indiana, puxo papo e quero saber tuuuudo. Até site de hits musicais indianos eu já consegui pegar.

Mas agora Glória Perez parece ter descoberto a Índia, e a Globo também. Ainda não sei se isso é bom ou ruim. Sou antinovelas, e acho um verdadeiro desperdício de tempo. Talvez seja válida a idéia de voltar os olhos dos telespectadores brasileiros para uma outra cultura. Pena que será de forma exaustiva e acredito que caricata. Daqui uns meses só se falará sobre a Índia, todo mundo vai almejar saris belíssimos e coloridos, e logo aparecerá um bordão irritante como aquele Ishalá importado de Marrocos direto para a boca dos mais chatos noveleiros.

Tony Ramos foi pra Índia. Juliana Paes também. Cléo Pires diz que vai pagar do próprio bolso e também vai. Ahhh... ano que vem EU também pretendo ir (era pra ter sido este ano, mas não deu por N motivos). Mas só quero ver o quanto esta novela vai inflacionar os pacotes turísticos, já caríssimos. Saco.

Ps. Recentemente li que está havendo uma conversão em massa para o budismo ou cristianismo por parte dos Dalits (intocáveis) como forma de fugir da discriminação hinduísta de castas. Ótima idéia. Desejo sorte à eles! Adorei!

PS2. As vezes temo em ser muito didática ao abordar alguns assuntos, e passar muitas informações. Mas depois, vocês noveleiras, vão me agradecer. Quando começarem a explicar que o Márcio Garcia é um "intocável", vocês vão dizer: eu já sabia, a Dani me contou! rsrs

Vejam abaixo vídeo óóótimo, com o SAYID do LOST cantando e dançando. Isso é Bollywood!


quinta-feira, 2 de outubro de 2008

- ME DEIXA VIVEEER... LENDO!

Livros, livros e mais livros.

Estou numa fase totalmente dedicada a leitura. Na TV não há nada que me prenda, então me forço a pegar um livro todas as noites, ao invés de zapear sem destino pelos canais da SKY.

Às vezes entro numa fase compulsiva de comprar livros, e ao adquiri-los, coloco para escanteio e nem me dou ao trabalho de começar a leitura. Tudo bem, mas está ali e um dia a vontade virá.

Acho que cada momento pede um estilo de livro. Depende do dia, do humor. Eu leio cinco, até seis livros ao mesmo tempo.

Estou tentando ler A MENINA QUE ROUBAVA LIVROS, de Markus Zusak, há meses. Acho chaaato, e não consigo passar das primeiras páginas. Ainda estou tentando, pois quero dar crédito à listagem dos mais vendidos. Deve ser bom, não é possível.

Outro que não consegui acabar foi a CIDADE DO SOL, do mesmo autor de Caçador de Pipas, Khaled Hosseini. Lento, não prende e não chega nem de longe do primeiro sucesso do autor. Mas vale porque se passa no Afeganistão e dá pra ter uma visão “interna” do que acontece por lá. Tô no finzinho, quem sabe embalo.

Tento sempre ler um livro com algum contexto histórico ou que apresente uma cultura diferente. Já que estou lendo, porque não aproveitar e aprender algo? Gosto muito também de biografias. E para os breves momentos livres, leio livros de crônicas, ou que tenham capítulos independentes, que eu não tenha que ficar presa até o final. Tipo leitura rápida.

Aqui vão os últimos que li (e terminei!).

- A VIDA SEXUAL DOS DITADORES, de NIGEL CAWTHORNE


Li recentemente. Adorei. Foge da narrativa histórica comum e apresenta aspectos pra lá de curiosos de Stalin, Mao Tse-tung, Napoleão, Mussolini, entre outros. Gostos excêntricos, atitudes bizarras, e muito mais... nada poderia ser normal vindo desses homens.

- EU NÃO ACREDITO QUE VOCÊ FEZ ISSO! As coisas mais engraçadas, maravilhosas, chocantes e estúpidas que as pessoas famosas já fizeram, de BOB FENSTER

Outro livro no estilo fast food. De fácil leitura, o livro conta fatos engraçados e peculiares de artistas, políticos, reis e afins! O autor relata passagens dos bastidores do cinema da música, curiosidades gastronômicas dos famosos, o que eles gostariam de ter sido, atividades que eles exerciam antes da fama, entre outras. Você sabia, por exemplo, que Sean Connery antes de sonhar em ser 007 era polidor de caixões? Nada de profundo ou intelectual. Apenas futilidades fugazes para alimentar a curiosidade alheia. Gostei.

- COMER, REZAR, AMAR, de ELIZABETH GILBERT


Acabei de ler. Ontem! A proposta inicial da autora é ótima: tirar um ano sabático. A idéia é passar quatro meses na Itália, para experimentar a arte do prazer, neste caso, da gula e ócio, quatro meses na Índia para exercitar a arte da devoção, meditar e elevar-se espiritualmente, e quatro meses na Indonésia para buscar o balanço entre o prazer mundano e a transcendência divina, enfim o equilíbrio. Bom, como comer e rezar acontecem nos dois primeiros lugares, pressupõe-se que o sexo rola no destino final, né? É a parte do Amar... Pelas experiências que a autora se propunha imaginei que seria um livro fascinante. E na verdade foram experiências extraordinárias, porém fracamente relatadas, até mesmo pelo teor do conteúdo da vivência. Há um certo humor em geral, o que torna o livro leve. No entanto achei de bom, para regular. Soube que já fizeram um roteiro adaptado para o cinema, que será estrelado por Julia Roberts. Acho que pode ser mais interessante.

Estou lendo outros livros no momento, e gostando bastante. Mas as dicas vêm quando eu terminá-los. Tchan tchan tchan tchaaaaan.

E você, tem alguma dica? Não se iniba e deixe um post. Adoraria.

quarta-feira, 1 de outubro de 2008

- SOM NA CAIXA!

Quando chegou a moda do hip hop aqui no Rio eu já era adepta há muito. Sou da época do Monsieur Lima (messiê limá), quem lembra? Novinha, novinha, eu chegava da escola, almoçava e corria para TV para assistir o programa na Bandeirantes. Era início dos anos 80. Baixinho, com uma cabeleira Black Power, e roupas extravagantes, o DJ apresentava bailes funk e hits com a frase: “Som na caixa!”. O funk anunciado na época, não tinha nada a ver com o som dos bailes de hoje. Era expressão da música negra em ritmo soul, com pinceladas R&B, funk e Rap. Época em que as mixagens eram feitas em picapes de vinil e fita de rolo grande. Os primeiros videoclipes passavam na tv, com edições mal feitas, com imagens toscas, cantores cafonas. Tudo nos anos 80 era cafona. Mas vamos nos ater as músicas, que eram boas. A música tema, que eu me lembro que tocava sempre era: Shhhhhhaaaaa, push it good. Tã Tãnã tã tãtã... Salt’n’ pepa. Já era acho que por volta de 87.

Curto este som desde Run DMC, antes de Joseph Simmons virar pastor e muito antes dele sonhar em ter seu próprio reality show. LL Cool J, Dr. Dree, Salt’n’pepa, En Vogue, TLC rolavam direto em casa.

O estilo musical surgiu em reação aos conflitos sociais e à violência sofrida pelas classes menos favorecidas da sociedade urbana em NY. Com influência caribenha e jamaicana, o hip hop tranformou os confrontos entre gangues da época, que encontraram naquelas novas formas de arte (música, dança e grafite) uma maneira de canalizar a violência. Passaram a freqüentar festas e dançar break, e o mais incrível: competir com passos de dança e não mais com armas. Logo o ritmo se transformou em uma forma de se fazer ouvir, de protestar, mostrar ao mundo os problemas sócio-culturais que viviam. A nova sonoridade cresceu e também deu espaço a assuntos mais amenos, e não apenas politizados. Algumas letras eram banais e outras sexuais. As mulheres entraram no cenário e começaram a falar também de música, de curtição, de relacionamentos. O RAP (rhythm and poetry), foi um segmento deste movimento, com um discurso mais rítmico com rimas, trocadilhos e falado ao invés de cantado.

Hoje o hip-hop e RAP sem resumem a mulheres semi nuas se esfregando, e homens com colares de ouro, dinheiro, carrões, e mais mulheres semi nuas se esfregando. Não que antigamente não se abordasse estes temas. Mas era de forma mais leve. Hoje as mulheres são todas BITCHES e os homens todos PIMPS, todo mundo chifra todo mundo, ninguém presta, e mexa a bunda pra mostrar isso. ARG!

E pior... O ritmo? O mesmo. As letras? Variações sobre os mesmos temas, tudo igual. Mulheres, dinheiro, sexo, carrões... e não se esqueça de mexer a bunda! Eu juro que não agüento mais ver clipes da Beyoncé pelada, rebolando, e se alisando e dando aqueles gritos. Na cola aparecem Nicole Scherzinger, Rhianna e por aí vai. Precisa apelar este tanto? E os homens? DMX, T.I., Ludacris, Eminem, 50 cent... calças lá no joelho cinco vezes maior que o defunto, os cordões de ouro dos anos 70 ainda sobrevivem só que maiores e agora vêm com acessórios junto com dentes de ouro, brilhantes e sei lá mais o quê. ARG!

Hoje eu fujo dessas músicas. O que no início eu batia no peito e me orgulhava de há muito já estar nesta onda, hoje tenho aversão. O hip hop e o RAP que estão aí pararam no tempo. E o que evolui são apenas os xingamentos e os temas mais explícitos. Mas é mesmo necessário?

* Foto do gaiato Monsieur Limá